Advogado de Bolsonaro aponta inconsistências e afirma que depoimento de Cid é relevante para a defesa
Ex-presidente será ouvido no dia seguinte em investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) em relação a suposta tentativa de golpe de Estado.

Em entrevista à imprensa após a primeira sessão de depoimentos dos réus no processo que apura a tentativa de um golpe de Estado, advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) consideraram que as declarações contraditórias do tenente-coronel Mauro Cid são benéficas para a defesa e que há uma expectativa de que os interrogatórios concluam amanhã.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu um prazo de cinco dias para analisar o caso e ouvir seis réus, além de Bolsonaro e Cid: Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-chefe da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na eleição de 2022.
Celso Vilardi, responsável pela defesa de Bolsonaro em parceria com o advogado Paulo Bueno, declarou que o ex-presidente prestará esclarecimentos amanhã em relação ao “enxugamento da minuta” mencionado pelo ex-ajudante e apontou contradições ao longo do depoimento.
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É fácil delatar quando se tem uma memória seletiva e diz “eu lembro disso e daquilo”, acrescentou o advogado. Assim é fácil delatar.
Vilardi afirmou que indagou intencionalmente acerca da existência de uma reunião com empresários no Palácio da Alvorada. O advogado apresentou uma gravação de um militar que descrevia uma pressão exercida por empresários sobre Bolsonaro para que interferisse no resultado divulgado pelo Ministério da Defesa de que as urnas não haviam sido fraudadas.
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Ele organizou uma reunião, esquecendo dois dias antes, na residência do general Braga [Netto], um documento que solicitara, e também o propósito da reunião.
Mauro Cid negou ter presenciado incentivos do ex-presidente para os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, além de declarar nunca ter recebido ordens para desmobilizar manifestantes em frente a áreas militares após a eleição de 2022.
O militar também confirmou que o ex-presidente recebeu e editou o documento da chamada “minuta do golpe”. O ex-ajudante de ordens confirmou que Bolsonaro teria “enxugado” o texto, que previa a prisão de autoridades, restringindo-o apenas para a prisão do ministro do STF e relator do caso, Alexandre de Moraes.
Foram ouvidos nesta segunda-feira, além de Cid, o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
A sessão foi interrompida por Moraes durante a noite e retomará-se na terça-feira (10), às 9h, com o depoimento do ex-comandante da Marinha Al Garnier.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.