As declarações do tenente-coronel Mauro Cid nas investigações sobre a organização de uma tentativa de golpe de Estado foram consideradas insuficientes em relação aos “fatores de maior relevância”, segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República).
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A avaliação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, considerou as declarações de Cid como “omissão de fatos graves, a adoção de uma narrativa seletiva e a ambiguidade do comportamento”, pontos que não impactariam o conjunto das provas da ação penal.
A solicitação da Procuradoria-Geral também indicou que o comportamento de Cid como delator deve ser considerado para uma avaliação “criteriosa” acerca da concessão de benefícios relativos ao acordo de colaboração premiada.
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O comportamento do colaborador, além de proporcionar benefícios à instrução processual, também causou prejuízos relevantes ao interesse público e à integridade da jurisdição penal, exigindo uma criteriosa ponderação quanto à concessão das benesses previstas em lei. Registre-se, nesse sentido, que a omissão de fatos graves, a adoção de uma narrativa seletiva e a ambiguidade do comportamento prejudicam apenas o réu, sem afetar o acervo probatório desta ação penal.
O documento recorda as mensagens que teriam sido enviadas por Cid por meio de uma conta do Instagram chamada @gabrielar702. A Meta comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o perfil estava associado a um e-mail com o nome de Cid. A defesa do tenente-coronel nega as alegações.
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Gonet afirma que o colaborador utilizou o perfil @gabriela702 para se comunicar com o defensor de Jair Messias Bolsonaro, entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024.
No entanto, o procurador-geral declara que “a questão permanece sob apuração, não sendo possível, neste momento, atribuir ao réu a autoria dos acessos”.
Por Laura Molfese, sob supervisão de Mayara da Paz
Fonte por: CNN Brasil