O procurador Moraes conduziu interrogatórios; grupo é acusado de tentar obstruir a posse de Lula em 2023.
A Primeira Turma do STF concluiu nesta terça-feira (10.jun.2025) os depoimentos de oito réus investigados pela tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os depoimentos iniciaram na segunda-feira (9.jun).
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A Procuradoria-Geral da República afirma que esse grupo visava obstruir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022.
A íntegra da transmissão ao vivo de todos os depoimentos do ministro Alexandre de Moraes foi divulgada. Os vídeos estão disponíveis em uma playlist no canal do YouTube.
Ouça os áudios completos de todos os acusados.
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O primeiro a ser ouvido foi Mauro Cid, na segunda-feira (9.jun) que formalizou um acordo de cooperação com o STF. Os demais réus foram ouvidos em sequência, em ordem alfabética. Essa ordem foi estabelecida para que todos tivessem conhecimento do que o delator declarou e, assim, pudessem exercer o amplo direito de defesa.
Cid afirmou em seu depoimento que Bolsonaro recebeu, leu e solicitou modificações na chamada “minuta do golpe”, um texto de um possível decreto para instituir estado de sítio ou de defesa, que deveria ser aprovado pelo Congresso.
O ex-ajudante de ordens afirmou que Bolsonaro solicitou, entre outras alterações, a exclusão de um parágrafo que previa a detenção de autoridades. O alvo principal da medida seria o ministro do STF Alexandre de Moraes, que liderava o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) durante as eleições.
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Alexandre Ramagem prestou depoimento. Declarou que os arquivos detectados em seus aparelhos, com críticas ao sistema eletrônico de votação, não constituíam planos de invasão às urnas. Ele classificou as anotações como “privadas”.
Os depoimentos de terça-feira (10.jun) iniciaram-se com a declaração do almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. Ele assegurou ao STF não ter disponibilizado as tropas da Força para Bolsonaro, negando qualquer ato de golpe de Estado em 2022. Afirmou ter permanecido em seu papel institucional e que não atuou como assessor do ex-presidente.
Posteriormente, o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou que o documento apreendido pela Polícia Federal em sua residência não era a “minuta do golpe”. Declarou que jamais discutiu o conteúdo do texto ou uma possível ruptura institucional com ninguém, incluindo Bolsonaro.
O ex-ministro do GSI, general Augusto Heleno, negou nesta terça-feira (10.jun) que tenha determinado a infiltração de agentes da Abin em campanhas eleitorais de 2022. O general declarou que solicitou o acompanhamento de candidatos pela agência, visando evitar que atos violentos contra candidatos, como o ataque a Bolsonaro em 2018, se repetissem.
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O depoimento foi retomado às 14h30 com Jair Bolsonaro. O ex-presidente, que se reuniu com os comandantes das Forças Armadas – Freire Gomes (Exército), Baptista Júnior (Aeronáutica) e Almir Garnier (Marinha) –, para abordar um decreto de Garantia da Lei e da Ordem, mas que não tratou de um plano para um golpe de Estado, e sim de “possibilidades dentro da Constituição”.
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Ele também se desculpou com Moraes por ter afirmado que ministros receberiam dinheiro nas eleições de 2022 sem evidências durante uma reunião ministerial em julho de 2021. Na ocasião, Bolsonaro criticou as urnas e defendeu o voto impresso. Declarou que o discurso fazia parte de sua “retórica”, mas que, se não houvesse “dúvidas” sobre o sistema eleitoral, “não estaríamos aqui hoje”. Moraes rebateu a afirmação e disse que “não há nenhuma dúvida”.
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Após Bolsonaro, foi ouvido o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira. Ele se desculpou com Moraes e negou ter discutido a denominada “minuta do golpe”. Afirmou não ter sido pressionado por Bolsonaro para que incluísse na relatação das Forças Armadas a alegação de que seria possível fraudar as urnas eletrônicas.
Os depoimentos do núcleo central investigado pela tentativa de golpe foram finalizados nesta terça-feira (10.jun) com o interrogatório do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. Ele negou ter fornecido uma sacola contendo dinheiro para Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens informou à Polícia Federal que recebeu o valor para financiar ações em apoio à tentativa de golpe de Estado.
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Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.