A PF apura como Bolsonaro contornou a proibição de acesso às redes sociais
Relatório indica que ex-presidente utilizou centenas de mensagens no WhatsApp para contornar a ordem do STF e sustentar a rede de apoio digital.

A Polícia Federal constatou que Jair Bolsonaro (PL) não obedeceu às medidas protetivas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal, que o proibiam de utilizar plataformas de mídia social próprias ou de terceiros. Conforme o relatório conclusivo da apuração, o ex-presidente adotou um canal alternativo para prosseguir com a divulgação de conteúdos políticos: o envio em massa de mensagens de vídeo e texto via WhatsApp.
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Investigadores apontam que, em 3 de agosto – data das manifestações em apoio ao ex-presidente em várias capitais do país – Bolsonaro repassou mais de 300 arquivos a seus contatos. Os vídeos exaltavam os atos, reproduziam falas do ex-presidente americano Donald Trump e ressaltavam as sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações que tramitam contra o ex-presidente no STF.
Bolsonaro utilizaria sua conta no WhatsApp para converter apoiadores em intermediários, que disseminariam vídeos e links, buscando contornar a proibição de retransmissão de conteúdos em redes sociais estabelecida pelo Supremo.
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O relatório da PF indica que essa prática se assemelha ao funcionamento das chamadas “milícias digitais”. “Difusão em grande volume, por diversos canais, de maneira rápida e contínua, utilizando pessoas com posição de autoridade perante o público-alvo, para conferir falsa credibilidade às narrativas propagadas”, escreveu a PF ao descrever o modo de operação de Bolsonaro e seus aliados.
A investigação ainda mostrou que Bolsonaro não agia sozinho. O pastor Silas Malafaia, aliado de longa data, orientava o ex-presidente sobre os melhores horários para disparar mensagens, com instruções como “dispara este vídeo às 12h” ou “poste amanhã após as 9h”. Para a PF, essa coordenação reforça a intenção deliberada de manter ativo o ecossistema digital de apoio ao bolsonarismo, mesmo diante das restrições judiciais.
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O descumprimento das medidas cautelares levou Alexandre de Moraes a determinar, em 4 de agosto, a prisão domiciliar do ex-presidente, além do uso de tornozeleira eletrônica e da renovação da proibição de utilizar redes sociais de terceiros. No despacho, Moraes destacou a “clara afronta” às determinações da Corte e a necessidade de impedir novas violações.
A Polícia Federal estabeleceu que, em razão do grande volume de arquivos, a investigação identificou os conteúdos principais divulgados em 03.08.2025 pelo investigado Jair Bolsonaro, visando empregar redes sociais de terceiros para contornar a ordem de proibição à retransmissão de conteúdos determinada pela Justiça.
O relatório também aponta que o comportamento de Bolsonaro ia além do simples envio de mensagens: “Durante a investigação, verificou-se a intensa atividade de Jair Messias Bolsonaro na produção e propagação de mensagens destinadas às redes sociais, em clara afronta à medida cautelar anteriormente imposta”. Para os investigadores, a conduta revela a “intenção consciente e voluntária” de manter viva a articulação digital em seu favor.
O caso se junta a outros episódios recentes em que Bolsonaro é acusado de tentar obstruir a Justiça e manipular canais digitais para fins políticos. Ele e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já foram indiciados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e coagção no curso do processo. O julgamento do chamado núcleo central da trama golpista está marcado para 2 de setembro, no STF.
A defesa do ex-presidente argumenta que não houve descumprimento das medidas cautelares e assegura que Bolsonaro não utilizou redes sociais de terceiros. Contudo, a PF alega que o uso do WhatsApp para mobilizar apoiadores representa afronta à decisão judicial, pois transformou contatos pessoais em canais de difusão coletiva, contornando a restrição imposta pela Justiça.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Redação Clique Fatos
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