A falta de mão de obra representa um novo desafio para as economias, afirma a OCDE

Os mercados de trabalho nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico mantêm a resiliência, porém, observam-se indícios de fra…

09/07/2025 9:25

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A falta de mão de obra representa um novo desafio para as economias, afirma a OCDE
(Imagem de reprodução da internet).

O envelhecimento das populações representa uma ameaça ao motor de crescimento econômico dos países, que depende do capital humano para gerar resultados, conforme um novo relatório de Perspectivas de Emprego da OCDE, divulgado nesta quarta-feira (9).

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A visão do cartel indica que a economia entra em uma nova fase, na qual o principal desafio passa a ser a falta de mão de obra.

A forma exata como essa nova economia global se desenvolverá não está clara. É um momento incerto com indicadores aparentemente contraditórios. Explica que, à medida que o número de pessoas em idade ativa estagna na OCDE, empregos se tornam mais escassos mesmo enquanto pessoas perdem o emprego e os salários mal acompanham a inflação.

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Na zona do euro, em abril de 2025, uma empresa a cada seis do setor industrial e uma a cada quatro empresas de serviços mencionaram a escassez de mão de obra como um fator que restringe a produção.

Os números, contudo, se encontram sob o efeito dos picos pós-pandemia de Covid-19, com aproximadamente um em cada quatro na indústria e um em cada três nos serviços reclamando do problema.

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A persistência da escassez de mão de obra, apesar da desaceleração do crescimento, pode ser uma previência dos tempos que virão, avalia a OCDE. Para a organização, juntamente com os temas de mudança climática e revolução digital, o envelhecimento das economias da OCDE é a terceira, e o que podemos chamar de “esquecida” megatendência que requer a total atenção dos formuladores de políticas.

Entre as possíveis soluções, a OCDE ressalta a importância de mobilizar jovens, mulheres e migrantes, fortalecer trabalhadores mais experientes, monitorar os impactos da inteligência artificial (IA) e implementar todas as medidas viáveis.

Mercado de trabalho

O mercado de trabalho nos países da OCDE continua demonstrando resiliência, porém há sinais de enfraquecimento, conforme um novo relatório de Perspectivas de Emprego do cartel, divulgado nesta quarta-feira.

De acordo com o documento, o emprego e a participação na força de trabalho alcançaram patamares históricos, ao mesmo tempo em que o desemprego se mantém em níveis historicamente baixos.

Observa-se o declínio das tendências de fracão dos mercados de trabalho, com o crescimento do emprego perdendo força e a inflexibilidade do mercado de trabalho em diversos países e setores retornando aos patamares pré-pandemia, ainda que a falta de mão de obra continue sendo uma questão relevante.

Ademais, para a OCDE, outros fatores relevantes a serem monitorados são as incertezas geopolíticas e os incrementos nas tarifas, previstos para reduzir a atividade econômica, gerando uma desaceleração suplementar nos mercados de trabalho.

A organização ainda ressalta que os salários reais estão crescendo em praticamente todos os países da OCDE, mas ainda há espaço para recuperação em muitos deles. “No futuro próximo, no entanto, a recuperação salarial pode ser ameaçada pelo possível retorno da alta inflação e pela desaceleração do mercado de trabalho”, alerta.

Produto Interno Bruto por habitante

Simulações com as taxas atuais de crescimento da produtividade indicam que o crescimento do PIB per capita pode desacelerar em aproximadamente 40% no período de 2024-2060 nos países da OCDE, conforme um novo relatório de Perspectivas de Emprego do cartel, divulgado nesta quarta-feira.

A análise indica uma trajetória de declínio ao longo de várias décadas, sendo que todos os países da OCDE apresentarão uma redução no crescimento per capita, exceto Irlanda e Estados Unidos, caso não sejam implementadas mudanças.

A organização estima que a redução planejada da parte da população empregada na população total acarreta que o crescimento do PIB per capita na zona da OCDE cairá de 1% ao ano na década de 2010 para 0,6% ao ano em média no período de 2024-60. “Isso representa uma perda de 14% do PIB per capita até 2060”, avalia.

De acordo com a OCDE, nos próximos anos a população em idade ativa (entre 20 e 64 anos) diminuirá 8% na área da OCDE e mais de 30% em mais de um quarto dos países membros, ao mesmo tempo em que a taxa de dependência de idosos, que cresceu de 19% em 1980 para 31% em 2023, continuará a aumentar e deverá subir para 52% até 2060.

Com o envelhecimento da população, a taxa de emprego em relação à população – ou seja, a porcentagem de pessoas empregadas na população total – deverá diminuir 1,9 pontos percentuais até 2060 na zona da OCDE, sendo que na Espanha e na República Eslovaca, a queda esperada é de 10 pontos porcentuais.

O estudo propõe que os países devem ajustar as tendências de fertilidade e políticas de imigração para enfrentar os desafios do envelhecimento demográfico. Alternativamente, o aumento isolado das taxas de fertilidade pode não ser suficiente para reverter o declínio da produtividade a curto prazo.

A Amazon adverte: a inteligência artificial poderá diminuir a força de trabalho no futuro.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.