A Justiça Federal no Amazonas admitiu o inquérito apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF) e criminalizou Ruben Dario Villar, também conhecido como Colômbia, acusado de ser o responsável pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Os assassinatos ocorreram há três anos na região do Vale do Javari, localizada entre as cidades de Guajara e Atalaia do Norte, no Amazonas. Bruno e Dom sumiram após terem contato com a comunidade de São Rafael e não foram mais vistos.

Em junho, a Colômbia foi acusada pelo MPF de ser mandante das mortes. A denúncia foi apresentada ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM) pelo procurador da República Guilherme Diego Rodrigues Leal, com auxílio do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri (GATJ).

A Colômbia, que na verdade é peruana, já havia sido indiciada pela Polícia Federal (PF) como mandante do crime, em novembro do ano passado e está presa preventivamente.

Investigações apontam que a Colômbia é suspeita de envolvimento no tráfico de drogas e de liderar uma organização de pesca ilegal operando na região do Vale do Javari, localizada na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Ele enfrenta outros processos por tráfico, pesca ilegal e utilização de documento falso.

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A Colômbia foi presa pela primeira vez ao comparecer na sede da PF em Tabatinga, em junho de 2022, para negar envolvimento no crime. A prisão ocorreu devido à apresentação de documento de identificação falso, sendo posteriormente solta provisoriamente, mas novamente presa por descumprimento das medidas cautelares.

Bruno e Dom foram assassinados por se oporem aos interesses da pesca ilegal na região, ao defenderem a educação ambiental em comunidades indígenas.

O denunciado é o nono envolvido no assassinato de Bruno e Dom. No ano do crime, o MPF acusou Amarildo da Costa Oliveira (conhecido pelo Pelado), Oseney da Costa de Oliveira (Dos Santos) e Jefferson da Silva Lima (Pelado da Dinha) de serem os autores do duplo homicídio e da ocultação dos cadáveres.

Em junho de 2024, mais cinco indivíduos foram detidos sob a acusação de terem participado da ocultação dos corpos: Francisco Conceição de Freitas, Eliclei Costa de Oliveira, Amarlio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa de Oliveira.

Diante do crime doloso contra a vida, a acusação solicitou que os três autores sejam julgados por um tribunal do júri. A solicitação foi acolhida em primeira instância, porém o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decidiu excluir Oseney da pronúncia. Os procuradores responsáveis pelo caso interpelaram o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que ele também seja submetido a júri popular.

Fonte por: Brasil de Fato