Zelensky apresenta mudanças no gabinete da Ucrânia e nomeia Yulia Svyrydenko como primeira-ministra
A recém-nomeada primeira-ministra representa uma nova geração de líderes políticos do país.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou a reforma de seu governo, com a ambição de renovar o país após mais de três anos e meio da invasão russa. Yulia Svyrydenko, figura-chave nas negociações do polêmico acordo sobre minerais firmado com Washington, foi nomeada primeira-ministra.
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Yulia Svyrydenko, com 39 anos, representa uma nova geração de líderes políticos que lidera a Ucrânia durante as turbulências da guerra russo-ucraniana. Ela coordenou a área da Economia desde novembro de 2021, pouco antes do início da invasão russa em fevereiro de 2022.
Sua nomeação pelo presidente Volodymyr Zelensky foi ratificada nesta quinta-feira, 17, pelo Parlamento ucraniano, que também aprovou uma grande reforma do governo. “É uma grande honra para mim liderar o governo da Ucrânia hoje”, escreveu Svyrydenko nas redes sociais na quinta-feira, acrescentando que “a guerra não deixa espaço para atrasos. Devemos agir de forma rápida e decisiva”.
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A diplomata, formada pela Universidade de Comércio e Economia de Kiev, evidenciou-se em 2023 ao exercer um papel fundamental nas negociações com Washington acerca da exploração dos recursos naturais da Ucrânia. Especialistas concordam que ela obteve o reconhecimento dos parceiros americanos, incluindo altos funcionários. “Trump e seu governo passaram a ser uma prioridade para a Ucrânia. Svyrydenko comprovou seu valor nesse nível e continuará a fazê-lo”, afirmou o analista político Volodymyr Fessenko.
As significativas divergências sobre o assunto quase levaram a uma ruptura entre Kiev e seu principal aliado militar. O acordo estava no cerne da disputa entre Volodymyr Zelensky e o presidente norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca em fevereiro.
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Novos nomes no governo da Ucrânia
As citações devem incorporar figuras que representem Zelensky, considerando-se o momento em que as negociações com Moscou estão paralisadas e os Estados Unidos anunciam a renovação do apoio a Kiev.
A especialista em Ucrânia, Annie Daubenton, autora de “Ucrânia. Independência a qualquer preço”, afirmou em entrevista à RFI nesta quinta-feira que a “reforma está sendo planejada há vários meses” e sugere que pode haver alguma interferência dos Estados Unidos no processo.
Ela afirma que Zelensky ponderou a substituição do primeiro-ministro Denys Shmyhal em diversas ocasiões, sem, contudo, efetuar a mudança ou identificar o momento adequado.
Annie Daubenton destaca a presença em Kiev de Keith Kellogg, enviado dos Estados Unidos encarregado das questões do Oriente Médio. Ela afirma que o fato do representante de Washington chegar à Ucrânia pouco após o presidente norte-americano, Donald Trump, ter manifestado publicamente seu descontentamento com o presidente russo, Vladimir Putin, em relação ao conflito, não parece ser coincidência.
Keith Kellogg estava em Kiev há três dias. Não se pode afirmar que os americanos não se envolveram diretamente na reforma do governo. Contudo, no que tange aos cargos de embaixador e ao novo impulso às relações ucraniano-americanas, é provável que Kellogg não seja totalmente indiferente a isso.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.