Zeca Doherty critica casos isolados que não abalam a reputação da Anbima, instituição há décadas parceira no planejamento financeiro do Brasil.
Criados para atender um único cotista, os fundos exclusivos ainda despertam muitas dúvidas. Por falta de conhecimento sobre sua estrutura e finalidade, é comum que sejam alvo de interpretações distorcidas e julgamentos precipitados, como os que temos visto recentemente sobre o uso indevido desses produtos. É fundamental entender que esses fundos representam uma solução eficiente para a gestão personalizada de recursos no Brasil, quando utilizados corretamente.
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Esses produtos se destacam pela liberdade na composição de carteiras diversificadas, que podem incluir desde títulos públicos e moedas até imóveis e participações societárias. No entanto, o custo de criação e manutenção dessa estrutura é elevado, o que faz com que sejam destinados, principalmente, a investidores profissionais, que possuem patrimônio igual ou superior a R$ 10 milhões.
Em julho de 2025, existiam no Brasil 6,5 mil fundos exclusivos com um único cotista, somando um patrimônio de R$ 1,4 trilhão, segundo dados da Anbima. Em 2023, eram aproximadamente 5 mil, com R$ 1,1 trilhão em ativos sob gestão. Esses números refletem o crescimento e a importância desses produtos no mercado financeiro brasileiro.
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Os fundos exclusivos estão sujeitos às normas e à fiscalização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), devendo cumprir as diretrizes da Resolução 175, regra que trouxe avanços significativos em termos de modernização, segurança e transparência. Além disso, seguem as regras de autorregulação da Anbima, que buscam reforçar as boas práticas de mercado e ampliar a proteção dos investidores.
É crucial que o debate sobre esses produtos seja conduzido com base técnica, equilíbrio e responsabilidade. Casos pontuais de uso indevido não devem comprometer a credibilidade de um veículo que, há décadas, vem sendo um aliado no planejamento financeiro de famílias e indivíduos em todo o país. O esclarecimento e a informação qualificada são essenciais para desmistificar esses instrumentos e promover uma compreensão mais profunda de seus benefícios.
Autor(a):
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.