Zambelli informará sua presença a autoridades na Itália
O Supremo Tribunal Federal negou o recurso da deputada contra a condenação de dez anos por invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou à CNN que deseja se entregar voluntariamente às autoridades italianas. A declaração foi feita nesta sexta-feira (6.jun.2025), no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade, o recurso da congressista contra sua condenação a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas eletrônicos do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
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Zambelli declarou não reconhecer a validade das decisões tomadas por Moraes. Em entrevista à emissora, alegou ser vítima de “perseguição política”. A deputada também reiterou que foi julgada sem apresentar evidências.
“Declaro meus dados para obter os documentos. Estou aqui de boa-fé. Estou aqui por conta de uma perseguição política. Vou provar isso. Fui condenada sem provas. Na outra condenação, de cinco anos, foi ridícula, porque eu tinha porte legal. Eles me condenaram por porte ilegal. Eu quero provar isso aqui e buscar refúgio na Itália”, declarou.
A parlamentar afirmou que seu objetivo é exibir boa-fé tanto perante o Judiciário italiano quanto o poder executivo local. “Desejo fazer o que é correto. Respeito as leis brasileiras, mas não serei mais submetida à injustiça do ministro Moraes”, declarou.
ZAMBELLI DEIXA O BRASIL
A deputada afirmou ter deixado o Brasil em 3 de junho. Posteriormente, seu advogado, Daniel Bialski, comunicou que encerrava sua representação.
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No dia seguinte, Alexandre de Moraes ordenou a prisão preventiva e a suspensão das redes sociais de Zambelli.
A Câmara dos Deputados concedeu licença de 127 dias à deputada federal. A congressista solicitou afastamento por “tratamento de saúde” por 7 dias e mais 120 por “interesse particular”. Segue a íntegra da decisão (PDF – 3 MB).
O nome de Zambelli foi incluído na lista vermelha da Interpol na quinta-feira, por solicitação de Moraes. a congressista passou a ter seu nome divulgado como foragida internacional e pode ser presa no exterior.
Lembre-se da condenação.
Zambelli foi sentenciada a 10 anos de prisão por unanimidade pela 1ª turma do STF em 14 de maio deste ano. O órgão julgou a ação penal na qual a congressista e o hacker do “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, são réus pelos crimes de invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e falsidade ideológica.
A acusação da PGR indica que a congressista orquestrou a invasão do sistema do conselho para expedir um mandado de prisão para Moraes, como se ele estivesse autorizando sua própria detenção.
Investigações revelaram que o ataque foi realizado por Walter Delgatti, que admitiu ter agido sob as ordens da parlamentar. O hacker por trás do “Vaza Jato” foi condenado a oito anos e três meses de prisão no mesmo processo.
O relator, Alexandre de Moraes, votou pela perda do mandato de Zambelli, que deverá ser declarada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Ele determinou ainda a inelegibilidade da congressista por 8 anos.
A congressista e Delgatti ainda precisam pagar R$ 2 milhões em indenização por prejuízos materiais e morais coletivos. O montante será destinado a um fundo administrado por um conselho federal ou por conselhos estaduais do Ministério Público para restabelecer os bens danificados.
Zambelli afirmou que “não sobreviveria na cadeia”. Declarou possuir síndrome de Ehlers-Danlos, depressão e problemas cardíacos.
A defesa da parlamentar recorreu à decisão do STF, questionando a condenação e o pagamento de R$2 milhões em danos coletivos. Seus advogados alegaram que ocorreu cerceamento de defesa em razão da ausência de acesso a todas as provas produzidas durante a investigação.
Não existem critérios objetivos que possam quantificar e precisar, ainda que grosseiramente, o prejuízo sofrido pela administração da justiça, de modo que a fixação de indenização em patamar milionário decorre de discricionariedade do julgador sem amparo em critérios objetivos.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.