YouTube investe em inteligência artificial como principal ferramenta para a produção de conteúdo

A plataforma consolidou-se como o método mais utilizado pelos norte-americanos para assistir televisão.

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(Imagem de reprodução da internet).

Ao atingir seus 20 anos, o YouTube deixou de ser o portal de vídeos desorganizado que surgiu como espaço de jovens usuários amadores, que produziam clipes de qualidade inferior e com recursos limitados.

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Com 2,7 bilhões de usuários, incluindo personalidades como a cantora pop britânica Dua Lipa, que publicam conteúdo de alto nível, o YouTube se tornou a forma mais popular para os norte-americanos assistir televisão e se prevê que ultrapasse a Disney em receita de mídia neste ano.

Na terça-feira (16), durante o evento anual de lançamento do produto Made on YouTube, executivos da plataforma, pertencente ao Google da Alphabet, apresentaram a estratégia do YouTube para dominar o setor de rádio nos próximos anos, utilizando inteligência artificial.

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O YouTube dedicou grande parte do evento à promoção de seus criadores de vídeo, que agora podem trabalhar sem as restrições impostas pelos executivos, como o futuro da mídia. Eles podem ser auxiliados por diversas ferramentas de IA que reinventam o processo de produção ou criam conteúdo inédito — um conceito contra o qual Hollywood lutou durante uma greve de meses, em 2023.

O diretor executivo do YouTube, Neal Mohan, e outros comunicadores enfatizaram que a rápida expansão das ferramentas de inteligência artificial não eliminará as funções dos produtores de conteúdo.

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“São meras ferramentas, e nada mais”, afirmou Mohan. “Não caem na ilusão: nenhum estúdio, rede, empresa de tecnologia ou ferramenta de IA irá controlar o futuro da indústria do entretenimento.”

Mohan afirmou que produzir vídeos para o YouTube deve ser encarado como uma carreira viável, respeitável e sustentável, à medida que a inteligência artificial se torna mais proeminente no processo de criação da plataforma nos próximos 20 anos.

Com o suporte do Google e sua expertise em inteligência artificial, o YouTube consolidou sua posição de destaque em relação à Disney, que liderou o mercado na maior parte de 2024, conforme informações da Nielsen. O YouTube alcançou 13,4% da audiência nos Estados Unidos em julho, em comparação com 9,4% da Disney.

Analistas da MoffettNathanson preveem que a receita do YouTube também excederá a da Disney em 2024. A empresa de entretenimento famosa obteve quase US$ 60 bilhões (aproximadamente R$ 320 bilhões) em receita de mídia no ano anterior.

A Alphabet não divulga periodicamente a receita do YouTube, porém comunicou que a receita total de anúncios e assinaturas da plataforma excedeu US$ 50 bilhões (aproximadamente R$ 265 bilhões) nos quatro trimestres finalizados em setembro de 2024.

Inteligência artificial fomenta o surgimento de novas ferramentas.

Na terça-feira, o YouTube lançou novos produtos, com foco em criadores de conteúdo populares como Dua Lipa, Mark Rober, Smosh e Brandon B.

Alguns desses criadores de conteúdo – cada um deles gerindo canais com pelo menos 16 milhões de inscritos – substituíram apresentadores de programas de TV noturnos, cuia audiência decluiu significativamente. Em certos casos, esses criadores possuem seguidores que competem com os de estrelas de Hollywood nas redes sociais, fortalecendo seu alcance para uma nova geração de consumidores de mídia.

Lipa atribuiu ao YouTube o papel de auxiliar na conexão mais próxima com seus fãs. Um representante, consultado pela Reuters por e-mail sobre os planos da artista com inteligência artificial e possíveis preocupações, não respondeu prontamente com um comunicado.

O YouTube pagou mais de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 530 bilhões) a produtores de conteúdo nos últimos quatro anos, afirmou Mohan. Alguns produtores de vídeo reinvestiram parte de seus lucros na construção de instalações de produção no estilo dos estúdios de Hollywood, à medida que produzem vídeos cada vez mais elaborados e profissionais.

A empresa aumentou em três vezes o número de novos recursos lançados neste ano em relação ao ano anterior.

Muitas das mais de 30 novas ferramentas apresentadas utilizaram IA para otimizar o processo de produção ou gerar novos conteúdos.

As ferramentas oferecem recursos para inserir automaticamente links de compra relacionados em vídeos ou para editar rapidamente diversos clipes no início de um vídeo. O YouTube também anunciou vídeos criados por inteligência artificial para acompanhar podcasts utilizando apenas áudio e um gerador de voz para música.

Amjad Hanif, vice-presidente do YouTube responsável por produtos voltados para criadores, afirmou à Reuters em uma entrevista que o ritmo acelerado de desenvolvimento dos produtos pode ser, em parte, devido ao uso de inteligência artificial pelos próprios funcionários da plataforma para otimizar o processo de criação.

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Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.

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