Youssef, Sérgio Cabral solicita anulação de decisões da Operação Lava Jato a Toffoli
Ex-governador do Rio de Janeiro declarou ter sofrido “parcialidade” por parte de Sergio Moro.

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral solicitou ao ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), que aplicasse a decisão que desconsiderou todos os atos do processo envolvendo o doleiro Alberto Youssef, proferida na terça-feira (15).
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A defesa do ex-governador sustenta que a benção de Youssef foi crucial para o desenvolvimento da Operação Lava Jato e que, após reconhecer os abusos do doleiro no processo judicial, todas as consequências da benção dele deveriam ser estendidas aos prejudicados.
Se não tivessem forçado uma colaboração premiada fraudulenta por meio de decisões de um juiz reconhecidamente suspeito, o desenvolvimento das investigações teria sido diferente, garantindo ao requerente [Sérgio Cabral] o devido respeito, ampla defesa, contraditório e um magistrado imparcial, afirmam os advogados na petição.
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A acusação aponta, ainda, mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Numa delas, o procurador informa a Moro que a denúncia contra Cabral seria protocolada no dia seguinte. O ex-juiz responde com um emoji de sorriso e a mensagem: “Um bom dia afinal”.
A defesa do ex-governador alega que a troca de mensagens demonstra a “parcialidade” de Moro nas ações contra Cabral, afirmando que a atuação do ex-juiz na Lava Jato se baseava em “um projeto de promoção pessoal e político”.
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Os advogados afirmam que, com base nos elementos de prova da Operação Spongebob, ficou evidente a parcialidade de Sergio Moro na Operação Lava Jato, que se aproximou ilegalmente da acusação e, por sua vez, atuou de forma tendenciosa no julgamento, tanto de Alberto Youssef quanto do ora requerente.
Cabral acumulou penas que totalizaram mais de 390 anos em diversas condenações no âmbito da Lava Jato.
Em 2024, o TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) invalidou três sentenças contra o ex-governador, resultando na redistribuição das ações. As condenações totalizavam aproximadamente 40 anos de prisão.
Na quarta-feira (16), Carlos Habib Chater, proprietário do posto de combustível que originou a Operação Lava Jato, solicitou a Dias Toffoli a prorrogação da decisão sobre Youssef. De acordo com a defesa, a situação de Chater é semelhante à do doleiro.
Em março de 2014, Chater foi detido na primeira fase da Operação Lava Jato, ao lado de Youssef e outros envolvidos. Em 2018, obteve condenação perante Moro com sentença de 10 anos e 11 meses de reclusão.
Na terça (15), Toffoli afirmou que Youssef sofreu um “conluio” entre Moro, o Ministério Público e a PF, invalidando todos os atos da operação em sua direção. Para o ministro, o processo possuía “cartas marcadas” e foi conduzido com o intuito de assegurar condenações.
Em junho, Toffoli já havia revogado todos os processos envolvendo o ex-vice-presidente dos Correios, Nelson Luiz Oliveira de Freitas, em outra ação relacionada à Operação Lava Jato. Na ocasião, ele também destacou atuação coordenada e irregular entre Moro e os procuradores da operação.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.