Xarope mata crianças na Índia: dietilenoglicol em excesso

Pelo menos 14 crianças faleceram após o consumo de um xarope para tosse chamado “Coldrif”, no estado de Madhya Pradesh, na Índia central, conforme informado por autoridades no domingo (5). O incidente gerou preocupação e investigações sobre a qualidade de medicamentos no país.

Análise de Amostras Revela Presença de Substância Tóxica

No sábado (4), o Ministério da Saúde comunicou que amostras do xarope Coldrif, produzido pela Sresan Pharma no estado de Tamil Nadu, no sul do país, foram submetidas a testes por autoridades estaduais. Os resultados indicaram a presença de DEG (dietilenoglicol) em níveis superiores aos permitidos.

Laudos Apontam para Causa das Mortes

“Os laudos laboratoriais, originários de Bhopal, confirmam que a substância ‘dietilenoglicol’ estava presente no xarope para tosse em quantidade excessiva, o que resultou nas fatalidades”, declarou o superintendente de polícia de Chhindwara, Ajay Pandey.

Investigações e Ações Corretivas

O Dr. Praveen Soni, responsável pelo tratamento da maioria das crianças e responsável pela prescrição do xarope “Coldrif”, e a empresa farmacêutica Sresan Pharmaceuticals, sediada em Tamil Nadu, foram identificados como principais envolvidos no caso. Autoridades administrativas tomaram medidas para fechar um depósito que armazenava o medicamento e suspenderam o funcionamento de diversas farmácias na região.

Protestos Exigem Respostas do Governo

Protestos foram realizados por membros do partido de oposição indiano, o Congresso, em várias localidades do país no domingo, exigindo explicações do governo Bharatiya Janata. “Questionamos o primeiro-ministro sobre a comercialização de um medicamento já proibido em outros estados”, afirmou um dos manifestantes.

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Contexto Internacional e Preocupações com a Qualidade

O dietilenoglicol, um solvente tóxico utilizado em processos industriais, tem sido associado a intoxicações com consequências fatais em diferentes países. A Índia tem debatido questões relacionadas à qualidade de suas exportações farmacêuticas, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) vincular xaropes para tosse fabricados por outra empresa à morte de 70 crianças na Gâmbia em 2022 – uma conclusão que Nova Délhi posteriormente contestou.