Workslop: Novo desafio para o mercado de trabalho emerge com o uso de IA
Workshop surge como consequência de empresas usarem ferramentas ineficazes sem análise crítica.
A Ironia do Workslop: IA e a Perda de Produtividade
A inteligência artificial generativa, outrora vista como a chave para impulsionar a produtividade, revela-se, na prática, um problema. Em vez de otimizar o trabalho, a tecnologia parece estar gerando um novo tipo de desperdício: o “workslop”.
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O fenômeno, identificado por uma pesquisa da Harvard Business Review em parceria com a Stanford e BetterUp Labs, demonstra como a IA, em vez de auxiliar, está sobrecarregando os funcionários com tarefas sem substância. A pesquisa revelou que 40% dos 1.150 funcionários dos EUA, de diversos setores, receberam “workslop” no último mês. Esse neologismo descreve a tendência de a IA produzir resultados superficiais, que exigem horas extras de correção e acompanhamento por parte dos trabalhadores.
O custo desse “workslop” é significativo. Os funcionários gastam, em média, quase duas horas por caso, resultando em um “imposto invisível” de US$ 186 por mês para cada um. Para uma empresa com 10.000 funcionários, o impacto anual pode ultrapassar os US$ 9 milhões, devido à perda de produtividade. Esse cenário expõe a ironia: a tecnologia, que deveria simplificar o trabalho, está, na verdade, gerando mais trabalho e custos.
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A situação é agravada por uma cultura corporativa que parece estar se preparando para a substituição dos trabalhadores pela IA. Gestores, influenciados por declarações de bilionários do Vale do Silício, alertam sobre um “banho de sangue dos colarinhos brancos”, alimentando o medo e a incerteza. Essa narrativa, combinada com a entrega de “workslop”, cria um ciclo vicioso, onde a tecnologia é vista como uma ameaça, e os funcionários são pressionados a se adaptar a um sistema ineficiente.
A busca por soluções rápidas e inovadoras, impulsionada pela IA, pode estar obscurecendo a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa e estratégica. É crucial que as empresas avaliem criticamente as ferramentas de IA, garantindo que elas realmente agreguem valor ao trabalho, e não apenas gerem mais tarefas desnecessárias.
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Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.












