WhatsApp deve deixar o mercado da Rússia, informam parlamentares

Aplicativos são considerados ameaças à segurança do país.

18/07/2025 11:19

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WhatsApp deve deixar o mercado da Rússia, informam parlamentares
(Imagem de reprodução da internet).

O WhatsApp deverá se retirar do mercado russo, informou um parlamentar responsável pela regulamentação do setor de tecnologia na sexta-feira (18), adiantando que o aplicativo de mensagens da Meta seria incluído em uma lista de programas restritos.

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Em dezembro passado, o presidente Vladimir Putin sancionou uma lei que permite o desenvolvimento de um aplicativo de mensagens estatal, conectado a serviços governamentais. A medida ocorre em um contexto em que a Rússia busca diminuir sua dependência de plataformas como WhatsApp e Telegram.

Anton Gorelkin, vice-chefe do comitê de tecnologia da informação da câmara baixa do parlamento, afirmou em comunicado no Telegram que o aplicativo apoiado pelo Estado, MAX, poderia obter participação de mercado se o WhatsApp – utilizado por 68% dos russos diariamente – deixasse de existir.

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“É hora do WhatsApp se preparar para deixar o mercado russo”, disse Gorelkin, acrescentando que a Meta é considerada uma organização extremista na Rússia.

As redes sociais Facebook e Instagram da empresa foram proibidas na Rússia desde 2022, após a invasão da Ucrânia por Moscou.

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A Meta não emitiu resposta prontamente ao requerimento de esclarecimento.

Deputados russos aprovaram na semana corrente diversas alterações legislativas, que incluem multas de até 5 mil rublos (aproximadamente 352 reais) para indivíduos que busquem material online que o governo classifica como extremista – abrangendo não apenas plataformas como Instagram e Facebook, mas também muitos políticos e ativistas da oposição.

A iniciativa gerou críticas, incluindo de alguns seguidores do governo russo, como Margarita Simonyan, dirigente da mídia estatal, que afirmou que jornalistas não seriam aptos a investigar as atividades de grupos de oposição, como o Fundo Anticorrupção do falecido opositor Alexei Navalny.

Ameaça à segurança.

Antônio Nemkin, membro do comitê de TI do parlamento, afirmou que o futuro do WhatsApp na Rússia já está definido.

A existência desse serviço no espaço digital da Rússia constitui, de fato, uma violação legal da segurança nacional, declarou Nemkin, conforme citado pela agência de notícias TASS.

Perguntado se o WhatsApp poderia sair da Rússia, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que todos os serviços devem seguir a lei russa.

A Rússia tem buscado há muito tempo estabelecer o que denomina de soberania digital, promovendo serviços nacionais.

Especialistas manifestaram preocupações de que o aplicativo de mensagens recém-lançado, com o apoio do governo russo, possa monitorar as ações de seus usuários e propuseram que a Rússia reduzisse a velocidade do WhatsApp para estimular a adesão.

O público do GOOGL.O YouTube, da Alphabet, na Rússia caiu drasticamente no último ano, de mais de 40 milhões para menos de 10 milhões de usuários diários, devido às velocidades de download mais lentas que dificultaram o acesso das pessoas.

O Kremlin divulgou nesta semana uma lista de ordens de Putin, que compreende uma determinação para implementar restrições adicionais ao emprego na Rússia de softwares, incluindo serviços de comunicação, desenvolvidos em “países hostis” que sofreram sanções contra o país.

Putin estabeleceu o prazo de 1º de setembro. Gorelkin, em referência à ordem de Putin, afirmou que o WhatsApp provavelmente estaria entre os serviços de comunicação restritos.

As ações da empresa de tecnologia estatal VK VKCO.MM, que está desenvolvendo serviços digitais nacionais como o VK Video, concorrente do YouTube, aumentaram 1,9% na sexta-feira.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.