Visita Histórica de Ahmad al-Sharaa à Casa Branca
Menos de um ano após sua rápida ascensão ao poder, o presidente da Síria, Ahmad al-Sharaa, está solidificando sua transição de jihadista a estadista global com uma visita histórica à Casa Branca. Este encontro revela muito sobre o jovem líder e seus esforços para reestruturar diplomaticamente seu país.
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A reunião de al-Sharaa nesta segunda-feira (10) marca a primeira visita de um chefe de Estado sírio à Casa Branca. Esta será sua 20ª viagem internacional desde que se declarou presidente da Síria em janeiro e sua segunda aos Estados Unidos, após uma visita a Nova York em setembro.
Este encontro é considerado o mais significativo até agora, reunindo o comandante-chefe dos EUA e um homem que já enfrentou forças americanas no campo de batalha.
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Objetivos da Visita e Relações com os EUA
Em maio, após um breve encontro mediado pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, o presidente americano Donald Trump elogiou al-Sharaa, chamando-o de “jovem atraente” e ordenou a suspensão de algumas sanções severas contra a Síria.
No entanto, as sanções mais rigorosas permanecem em vigor e não podem ser totalmente suspensas sem a aprovação do Congresso.
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O principal objetivo de al-Sharaa em Washington é pressionar pela remoção das sanções e solicitar que Trump retire suas tropas do sul da Síria. Seu objetivo mais amplo é reverter o isolamento da Síria, um legado do regime anterior que deixou o país economicamente devastado e diplomaticamente limitado a um pequeno grupo de aliados.
Histórico de Conflito e Relações com a Rússia
Al-Sharaa, que jogou basquete com altos oficiais militares americanos após sua chegada a Washington, tem um histórico de inimizade com os EUA. Em seus vinte anos, ele se juntou a insurgentes islâmicos que combatiam as forças americanas no Iraque. Após ser capturado e libertado, ele cruzou a fronteira com a Síria em 2011, estabelecendo um exército rebelde apoiado pela Al-Qaeda.
Durante suas décadas no poder, os Assad alinharam Damasco com Moscou, dependendo de ajuda e apoio diplomático. A intervenção militar de Vladimir Putin em 2015 foi decisiva para a sobrevivência de Bashar al-Assad na guerra civil. Apesar de buscar laços com nações ocidentais, al-Sharaa tem sido cauteloso para não antagonizar a Rússia.
Desafios e Oportunidades para a Síria
Agora, al-Sharaa parece estar em uma ofensiva diplomática global, apoiado por potências regionais como Arábia Saudita e Turquia, que buscam preencher o vácuo deixado pelo Irã e Rússia. Para os EUA, a Síria representa um prêmio estratégico, especialmente com a instabilidade no Líbano e o Iraque, que é um terreno fértil para milícias pró-iranianas.
Apesar de sua orientação ocidental, o ex-líder jihadista busca equilibrar a política externa da Síria em um mundo polarizado. Essa abordagem é seguida por diversos países em desenvolvimento, refletindo uma nova era em que ninguém se alinha completamente a um lado.
A visita de al-Sharaa a Putin exemplifica essa estratégia de diplomacia global.
