Violência gera preocupação entre CEOs e leva empresas como Motiva, Hidrovias do Brasil e Rumo a agir

Motiva, Hidrovias do Brasil e Rumo adotam medidas de segurança para prevenir prejuízos em suas operações de infraestrutura.

22/10/2025 14:31

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Medidas de Segurança em Empresas de Infraestrutura

Empresas do setor de infraestrutura têm adotado estratégias de segurança em nível corporativo para enfrentar o vandalismo e o furto de cargas e equipamentos. O aumento da violência tem levado CEOs de grandes empresas a se envolverem diretamente na busca por soluções.

Segundo Décio Amaral, CEO da Hidrovias do Brasil, a contratação de vigilância armada foi uma medida necessária para prevenir o roubo de cargas. Durante o evento “Infraestrutura em movimento: desafios para transformar o Brasil”, promovido pelo MoveInfra, Amaral destacou que cada barcaça da empresa conta com dois seguranças.

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“Temos casos de tentativas de roubo de combustível. O rio está se tornando uma rota de tráfico de drogas. Preciso garantir que não haja drogas em meu comboio”, afirmou Décio Amaral durante o evento.

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Impactos da Violência no Setor

O CEO da Hidrovias do Brasil ressaltou que a segurança se tornou um custo significativo para a empresa. Amaral observou que a violência afeta todo o setor, inibindo investimentos e impactando o valor de mercado.

“Queremos reduzir o custo Brasil. É um custo muito relevante. É triste dizer, mas as questões de segurança estão na pauta de liderança das empresas de infraestrutura”, declarou o CEO.

No setor ferroviário, a violência e o vandalismo têm afetado de 3% a 5% dos trens de carga da Rumo. O CEO da empresa, Pedro Palma, mencionou que as ocorrências estão concentradas na baixada santista, nas proximidades do Porto de Santos.

Consequências para a Operação Ferroviária

Durante o evento do MoveInfra, Pedro Palma relatou que o tráfego dos trens é interrompido por diversos fatores de segurança, desde roubo de carga até furto de buzinas. Ele explicou que o furto de uma buzina pode paralisar a operação ferroviária por até 6 horas, resultando em prejuízos significativos.

“Se for necessário interromper a circulação devido ao roubo da buzina, até a troca do equipamento pode levar até 6 horas. Isso é como tirar R$ 150 milhões de uma aplicação que gera investimentos e colocar debaixo do colchão. Isso encarece o serviço ferroviário e todo o custo logístico do agronegócio”, afirmou.

Desafios e Propostas de Solução

O CEO da Motiva, Miguel Setas, também expressou preocupação com a situação. A empresa, que administra metrôs, trens, VLT e rodovias, registrou 5 mil furtos de cabos de energia entre 2022 e 2024, afetando cerca de 8 milhões de passageiros.

“Esse problema é multidimensional e não pode ser resolvido apenas com força”, disse Miguel Setas. Para enfrentar essa realidade, ele propõe três pilares para minimizar os impactos da violência nas empresas de infraestrutura.

  • Interação com agentes públicos, policiais e Ministério Público para investigações de fenômenos mais complexos;
  • Adoção de tecnologia, incluindo sistemas de alerta, monitoramento, vigilância e ferramentas de inteligência artificial;
  • Atuação social, focando no combate à desigualdade social e à pobreza nas comunidades.

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.