Venezuela denuncia EUA por facilitar narcotráfico no Caribe e ignora o Pacífico

Declarações de Jorge Rodríguez sobre o narcotráfico

O chefe negociador do governo da Venezuela, Jorge Rodríguez, afirmou nesta terça-feira que a presença militar dos Estados Unidos no mar do Caribe “facilita” a ação dos narcotraficantes, que, segundo ele, transportam drogas principalmente pelo oceano Pacífico.

Rodríguez, que também é secretário do Conselho Nacional pela Soberania e a Paz, destacou que, se o governo americano realmente quisesse combater o narcotráfico, deveria considerar que “85% da droga que chega aos Estados Unidos passa pelo Pacífico”.

Críticas à operação militar dos EUA

O político criticou a operação militar dos EUA, afirmando que “os narcotraficantes do Equador devem estar satisfeitos, começando pelo presidente Daniel Noboa, assim como os narcotraficantes do Peru, da República Dominicana, da Colômbia e do México”. Ele argumentou que a ação no mar do Caribe “deixa a via livre” para esses grupos.

Leia também:

Reino Unido impõe 90 novas sanções à infraestrutura petrolífera da Rússia e terminais na China

Cortes de financiamento podem deixar 13,7 milhões em fome extrema, alerta PMA sobre Haiti, Somália e Sudão

Maduro fecha embaixadas da Venezuela na Noruega e Austrália em meio a tensões com os EUA

Rodríguez, que também preside o Parlamento, reiterou que a “verdadeira intenção” do governo do presidente americano, Donald Trump, não é combater o tráfico de drogas, mas sim “destruir a Venezuela” e, como objetivo final, apropriar-se das riquezas naturais do país.

Apelo pela defesa da Venezuela

Durante um encontro do Conselho Nacional pela Soberania e a Paz com a imprensa, o deputado fez um apelo pela defesa da Venezuela, sua paz e “a segurança que agora desfrutam” seus cidadãos. Ele afirmou que a Venezuela “é, atualmente, mais segura que os Estados Unidos, o Equador, o Peru, o Paraguai, a República Dominicana e o Panamá”.

Reação dos EUA e operações militares

A Casa Branca defende o destacamento militar como uma operação contra o narcotráfico proveniente da Venezuela, enquanto Caracas insiste que se trata de uma “ameaça” que visa facilitar uma “mudança de regime” para que os EUA possam “se apropriar” do petróleo, gás, ouro e outros recursos.

Nesta terça-feira, Trump anunciou que as forças americanas realizaram um ataque contra um barco no Caribe, próximo à costa venezuelana, resultando na morte de seis pessoas, acusadas de serem “narcoterroristas”. Essa operação se soma a pelo menos cinco outras realizadas pelos EUA desde setembro contra supostas ‘narcolanchas’ no Caribe, três delas nas proximidades da Venezuela e outra em águas próximas à República Dominicana.