Risco de Câncer de Mama entre Mulheres Agricultoras
Mulheres que trabalham na agricultura apresentam 52% mais risco de desenvolver câncer de mama e 200% mais chance de ter metástases em comparação às que vivem em áreas urbanas. Esses dados são parte de uma pesquisa em andamento da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), coordenada pela professora Carolina Panis, em colaboração com a Universidade de Harvard.
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Segundo Panis, essas mulheres costumam chegar com diagnósticos mais avançados e se tornam quimiorresistentes, não respondendo ao tratamento convencional. A pesquisadora acompanha há mais de dez anos mulheres com câncer de mama na região sudoeste do Paraná e destaca que a invisibilidade dessas agricultoras contribui para a gravidade da doença.
Incidência e Cobertura de Mamografias
Atualmente, o estudo monitora 1.800 mulheres e Panis acredita que o perfil observado no Paraná pode ser encontrado em outras regiões agrícolas do Brasil. Apesar dos avanços no rastreamento, a cobertura de mamografias no país ainda é insuficiente.
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Em 2022, menos de 40% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram o exame, muito abaixo da meta de 70% estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Panis ressalta que não adianta ter equipamentos se as mulheres não têm acesso aos serviços. Muitas acreditam que, por serem jovens ou não terem histórico familiar, não precisam realizar o exame. O rastreamento é recomendado a partir dos 40 anos, e a pesquisadora enfatiza a importância do diagnóstico precoce para garantir tratamentos eficazes.
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Prevenção e Tratamento
O câncer de mama pode ser prevenido e tratado com sucesso quando diagnosticado precocemente. De acordo com Panis, o diagnóstico precoce pode garantir taxas de cura de até 99%. Ela afirma que 50% dos casos poderiam ser evitados apenas com mudanças nos hábitos de vida, destacando que a prevenção e a cura são possíveis.
