Vazamento de 183 milhões de senhas expõe fragilidade da segurança digital no Brasil

Vazamento de Senhas Revela Fragilidade da Segurança Digital no Brasil

O recente vazamento de mais de 183 milhões de senhas e credenciais de acesso de usuários do Google evidencia a vulnerabilidade da segurança digital no Brasil. O especialista em cibersegurança e professor do Insper, Rodolfo Avelino, destaca que a demora de cinco meses na divulgação do incidente favorece os criminosos, que exploram as informações até que o problema seja revelado.

Avelino afirma que “quanto mais tempo isso fica oculto, ou não é divulgado, é o tempo em que os fraudadores e os criminosos têm para subtrair ou criar estratégias, sobretudo, para obter ganhos financeiros”. Ele menciona o Microsoft Digital Defense Report 2025, que coloca o Brasil como o terceiro país nas Américas em número de ataques cibernéticos e o líder na América do Sul.

Conectividade e Vulnerabilidade

O professor ressalta que o brasileiro possui alta conectividade na América Latina, tornando-o um alvo preferencial para crimes digitais. A combinação de um grande número de usuários com a baixa qualidade de conexão, frequentemente dependente de planos de internet pré-pagos, cria um ambiente favorável para ações de hackers.

Avelino também alerta sobre a concentração da infraestrutura digital em poucas empresas, afirmando que “cinco empresas americanas concentram mais de 72% da infraestrutura digital da internet”. Essa dependência, segundo ele, compromete a soberania digital dos Estados, que têm a responsabilidade de proteger os dados de seus cidadãos.

Prevenção e Segurança Digital

O professor sugere que a prevenção deve ser uma responsabilidade compartilhada entre empresas e usuários. Ele recomenda evitar senhas que contenham dados pessoais e mudar as senhas mesmo sem confirmação de vazamento. Avelino enfatiza a necessidade de políticas públicas e de uma cultura de segurança digital comunitária.

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Ele defende que “o crime se apropriou das tecnologias digitais e está muito organizado”, e que é essencial que o Estado promova informação e inclusão digital para que a sociedade compreenda a complexidade da internet.