O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), órgão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), confirmou que uma nova variante XFG, do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, está circulando no município do Rio de Janeiro.

O sequenciamento de genomas virais foi realizado pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC, que funciona como referência para o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Através de uma estratégia de vigilância realizada em colaboração com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, a linhagem foi detectada em 46 casos de Covid-19 identificados entre os dias 1º e 8 de julho, representando 62% dos genomas analisados nesse período.

As análises foram finalizadas no último dia 12 e os resultados foram comunicados à secretaria e ao Ministério da Saúde. O Rio de Janeiro é o quarto estado com identificação da cepa, após casos detectados em São Paulo (2), Ceará (6) e Santa Catarina (3).

Originária do Sudeste Asiático, a linhagem XFG tem se disseminado rapidamente em diversos países e foi considerada pela OMS como “variante sob monitoramento” em 25 de junho deste ano.

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A classificação foi definida pelo Grupo Consultivo Técnico sobre Evolução de Vírus da OMS, com a participação da virologista Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC.

A variante XFG exibe mutações no genoma e tem sido identificada com maior frequência em diversos países nos últimos meses. Contudo, não há evidências de aumento da gravidade da doença ou de impacto relevante na eficácia de vacinas e antivirais.

Diante da situação apresentada, o grupo consultivo da OMS avaliou como baixo o risco relacionado à linhagem e reiterou a importância de aumentar a vigilância.

A variante XFG é uma recombinante de outras duas linhagens e apresenta algumas mutações na proteína “spike” que estão associadas a uma leve evasão da resposta imune, o que pode afetar a neutralização por anticorpos. Contudo, não há evidências de aumento da gravidade clínica, nem evidências de impacto relevante na eficácia de vacinas e de antivirais. Por isso, nossa decisão, como grupo técnico da OMS, foi classificar a linhagem como variante sob monitoramento, porque requer um olhar mais atento para identificar possíveis mudanças de padrão.

No Rio de Janeiro, a estratégia de vigilância implementada em colaboração com a Secretaria Municipal de Saúde expandiu a coleta de amostras para sequenciamento genético após um leve aumento no número de casos de Covid-19 identificados em unidades básicas de saúde por meio de testes rápidos.

Entre 1º e 8 de julho, foram obtidas 74 amostras. Além da variante XFG, identificada em 46 casos, a linhagem NB.1.8.1, que também está sob vigilância, foi detectada em um caso. As demais amostras apresentaram diferentes linhagens do SARS-CoV-2.

A análise dos primeiros sete dias da coleta expandida revelou que mais de cinquenta por cento das amostras identificaram a variante XFG. Segundo a virologista, esta linhagem está relacionada ao incremento moderado de casos no município.

Paola Resende ressalta a relevância da vacinação e das medidas preventivas contra infecções respiratórias, levando em conta a disseminação da variante XFG e de vírus comuns no inverno, incluindo a influenza.

Novas vacinas contra a Covid-19, atualizadas para a linhagem JN.1, estão disponíveis nas unidades do Sistema Único de Saúde [SUS] para a população prioritária. Essas vacinas continuam protegendo contra a variante XFG, sobretudo contra formas sintomáticas da doença, casos graves e fatais. Além disso, é importante lavar as mãos e ter cautela em aglomerações. Quem estiver resfriado deve usar máscara para não transmitir para outras pessoas.

Fonte por: CNN Brasil