Variação no movimento em shoppings registra queda de 13% e o setor varejista tradicional enfrenta desafios para 2025
Índice revela queda no Sul, expansão no Norte e aumento de vendas de móveis e eletrodomésticos em um cenário de desaceleração econômica.
O Índice de Performance de Varejo (IPV) de julho de 2025, da HiPartners, apontou redução no movimento de consumidores em estabelecimentos físicos. O tráfego diminuiu 13% em shoppings e 8% em lojas de rua em comparação com o mês anterior do ano anterior.
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Com a redução no volume de acessos, a receita nacional registrou um aumento modesto de 0,3%. O resultado demonstra estabilidade, após um período de desempenho irregular no comércio.
Diferenças regionais
As regiões apresentaram desempenhos diversos. O Sul obteve uma redução de 9% na receita, o pior desempenho do país. Já o Centro-Oeste e o Nordeste registraram aumentos de 5% cada, enquanto o Norte surpreendeu com um crescimento de 32,5% no volume de visitas.
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Contudo, o Norte registrou uma leve retração de 0,6% nas vendas, indicando um padrão de consumo com maior circulação, porém com menor volume de compras consolidadas.
Setores em destaque
Os dados setoriais confirmam tendências já identificadas. O setor de móveis e eletrodomésticos apresentou um avanço de 10%, seguido por outros artigos de uso pessoal e doméstico, que registraram um crescimento de 5%.
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A categoria farmácia, perfumaria e cosméticos apresentou queda de 0,6%, devido à diminuição dos gastos com produtos de bem-estar e estética em um contexto de renda restrita.
Alteração no consumo
O valor médio dos tickets subiu 4,5% no país, com destaque para o Centro-Oeste (7%) e o Sul (5,9%). O dado revela que, apesar das visitas às lojas serem menos frequentes, os gastos por compra aumentaram.
O movimento segue os dados do Relatório Mensal de Vendas (RSV) do Sebrae, que apontou queda de 3% no comércio varejista, o menor patamar desde dezembro de 2023.
A pressão sobre a gestão
Conforme Henrique Carbonell, sócio-fundador da F360, que fornece os dados de faturamento utilizados no índice, o resultado expõe os desafios do varejo físico. “Os dados do IPV reforçam o que temos acompanhado de perto no nosso dia a dia: o varejo físico enfrenta um momento crítico, no qual cada decisão financeira pesa no resultado final. Mais do que nunca, a eficiência na gestão que separa os negócios que conseguem crescer daqueles que apenas sobrevivem, mesmo em um cenário adverso. Em redes e franquias varejistas, os desafios são ainda maiores: manter padrão de operação, controlar custos e garantir rentabilidade com margens apertadas, direcionamentos que exigem um nível de gestão muito mais estratégico. Hoje, crescer com segurança passa, necessariamente, por controle financeiro e tecnologia embarcada na operação”, avaliou.
Na avaliação da HiPartners, que acompanha o desempenho das retail techs no ponto de venda, a digitalização se consolida como via de sustentação diante do consumo estagnado.
O consumo continua dependente do cenário econômico e da falta de grandes promoções. Nesse contexto, a tecnologia deixa de ser um item supérfluo e se torna essencial, atuando como ferramenta crucial para manter as margens, otimizar a eficiência operacional e gerar novas fontes de receita no varejo. O principal diferencial reside em converter dados em inteligência, unindo gestão e experiência de consumo, e estabelecendo mecanismos concretos de crescimento para os profissionais de loja, conforme explicou Flávia Pini, sócia da HiPartners.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.












