“Vale Tudo“: Público Quer Odete Sem Fortuna
Uma pesquisa Datafolha sobre o remake de “Vale Tudo” revelou um resultado surpreendente: para 47% dos telespectadores, o castigo mais adequado para a personagem Odete Roitman (Debora Bloch) seria a perda de toda a sua fortuna. A prisão foi a opção preferida por 35% dos entrevistados, enquanto apenas 4% dos participantes desejavam que a vilã enfrentasse a morte.
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O levantamento demonstra uma mudança significativa na percepção da justiça em relação à personagem, em comparação com o original de 1988. Dados da época, recuperados pelo portal Notícias da TV, indicavam que 38% do público preferia o desfecho da trama com a morte de Odete.
Essa preferência pelo castigo da miséria dialoga com a realidade social brasileira. Segundo dados do IBGE, cerca de 59 milhões de brasileiros vivem em situação de pobreza, representando 27,4% da população. Essa condição social torna a perda do poder aquisitivo um cenário mais temido do que a própria morte para grande parte do público.
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A pesquisa também revela um padrão nas preocupações dos brasileiros. Uma pesquisa da Genial/Quaest, divulgada em agosto, apontou que 19% dos brasileiros se preocupam com problemas sociais e 17% com a economia, ficando atrás apenas da violência urbana, que preocupa 26% da população.
O Desejo por Justiça Simbólica
A preferência pelo castigo da miséria para Odete Roitman reflete um desejo por justiça simbólica. A vilã utilizou sua riqueza e influência para prejudicar personagens como Raquel (Taís Araújo), que perdeu o restaurante Paladar e foi forçada a retornar à venda de sanduíches na praia.
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Para muitos telespectadores, ver Odete reduzida à pobreza seria uma forma de aplicar a “lei do retorno”, um conceito que busca equilibrar as ações e consequências. Essa lógica se assemelha à Lei de Talião, que prega “olho por olho, dente por dente”, um princípio de justiça que busca uma retribuição proporcional aos atos cometidos.
Novo Destino para a Trama
A nova versão de “Vale Tudo”, escrita por Manuela Dias, chega ao fim em outubro. A trama será substituída por “Três Graças”, escrita por Aguinaldo Silva, marcando um novo capítulo na história da novela.
A mudança de trama reflete as transformações na sociedade brasileira e as novas preocupações do público. A busca por justiça e a reflexão sobre as desigualdades sociais continuam sendo temas relevantes na narrativa da novela.
