O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, declarou, em evento no Rio de Janeiro na sexta-feira (22), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria “muito bom recebimento” na Argentina.

Bolsonaro seria muito bem recebido lá [Argentina], porque eu estive na posse do Milei lá e observei pessoas querendo conhecê-lo. Ele tem falhas, naturalmente, mas esse jeito que ele tem, faz com que não seja uma pessoa comum como nós. É um carisma pessoal. Cometeu os erros dele também no governo, mas fez um governo muito bom. Não teve sorte com a pandemia, que prejudicou o mundo todo.

A declaração do presidente do PL ocorreu dois dias após um novo relatório da PF (Polícia Federal) indicar a existência de um documento no celular apreendido de Jair Bolsonaro (PL) em que constava um pedido de asilo político para o governo da Argentina.

A “Carta JAIR MESSIAS BOLSONARO” foi criada pela esposa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que também é a última autora. O documento foi salvo no aparelho telefônico do ex-presidente na tarde de 10 de fevereiro de 2024.

Duas dias antes, a Polícia Federal iniciou a “Operação Tempus Veritatis” para investigar uma organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado e na abolição do Estado Democrático de Direito. O ex-presidente era um dos principais investigados na ação e precisou apresentar seu passaporte naquele momento.

Leia também:

Lula elogia Gabriel Galípolo e prevê queda na taxa Selic em breve durante café com jornalistas

Governo de Lula se prepara para eleições de 2026 com agenda legislativa estratégica e prioridades definidas

Polícia Federal inicia nova fase da Operação Sem Desconto para proteger aposentados do INSS

A proposta de asilo político, elaborada em nome de Jair Bolsonaro, conta 33 páginas e é dirigida ao presidente da Argentina, Javier Gerardo Milei. O documento afirma que o brasileiro é perseguido por razões e delitos fundamentalmente políticos. Adicionalmente, destaca que o ex-chefe do Executivo temia pela sua vida.

Eu, Jair Messias Bolsonaro, solicito a Vossa Excelência [Milei] asilo político na República da Argentina, em regime de urgência, por me encontrar na situação de perseguido político no Brasil, temendo por minha vida e vindo a sofrer novo atentado político, uma vez que não possuo hoje a proteção necessária que se deve dar a um ex-chefe de Estado, bem como por estar na iminência de ter minha prisão decretada, de forma injusta, ilegal, arbitrária e inconstitucional pelas próprias autoridades públicas que promovem a perseguição contra mim, diretamente da mais alta Corte do Poder Judiciário brasileiro, e por preencher todos os requisitos legais, conforme exaustivamente demonstrado ao longo deste requerimento.

A Polícia Federal aponta que elementos informativos demonstram que o ex-presidente JAIR BOLSONARO possuía um documento que possibilitaria sua fuga do Brasil em direção à República Argentina, especialmente após o inico de investigação pela Polícia Federal com a identificação de materialidade e autoridade delitiva em relação aos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito por organização criminosa.

Na última quarta-feira (22), o ex-presidente e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram indiciados pela PF em razão da atuação dos dois nos Estados Unidos. De acordo com o relatório, os parlamentares obstruíram o andamento da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, com Bolsonaro como principal réu.

A CNN contatou o governo de Javier Milei, que afirmou não ter recebido solicitação de asilo de Bolsonaro.

Publicado por Leticia Martins, da CNN

Fonte por: CNN Brasil