Vacina contra a dengue apresenta eficácia de 67,5% na prevenção de internações em adolescentes

Uma pesquisa internacional demonstrou a eficácia da vacina TAK-003, também chamada de Qdenda, no controle da dengue em adolescentes. O estudo foi realizado no Brasil por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e foi divulgado na terça-feira (19) na revista científica The Lancet Infectious Diseases.

A vacina já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pessoas de quatro a 60 anos e introduzida no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2023. Atualmente, ela é aplicada gratuitamente na população de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue após os idosos.

O estudo foi conduzido durante a epidemia histórica de dengue que afetou o país em 2024, resultando em mais de seis mil mortes, conforme dados do Ministério da Saúde. Foram analisados mais de 92 mil testes em jovens na faixa etária de interesse no estado de São Paulo. A pesquisa empregou o método “teste-negativo” (padrão em estudos de vacinas) e correlacionou informações de vigilância epidemiológica com registros de vacinação.

Os resultados da pesquisa indicam que a primeira dose fornece 50% de proteção contra casos sintomáticos de dengue, e 67,5% contra hospitalizações. Já a segunda dose elevou a eficácia contra os sintomas para 61,7%, com proteção já a partir do oitavo dia após a aplicação da primeira dose.

Adicionalmente, o estudo comprovou que a vacina é eficaz contra os sorotipos 1 e 2, predominantes na epidemia de 2024. A avaliação também apontou que a proteção da primeira dose diminuiu após 90 dias, evidenciando a necessidade de completar o esquema vacinal de duas doses para assegurar a proteção duradoura.

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Julio Croda, pesquisador da Fiocruz Mato Grosso do Sul e coordenador do estudo, declara que se trata da primeira evidência relevante, além dos ensaios clínicos, de que a vacina TAK-003 é eficaz. “Isso pode salvar vidas e aliviar a pressão sobre os hospitais em casos de epidemias”, afirma.

Com a expansão da dengue, impulsionada pelas mudanças climáticas, a evidência brasileira pode influenciar políticas públicas e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o uso da TAK-003 em campanhas emergenciais e proteção de viajantes para áreas endêmicas.

Estudo aponta dificuldades na prevenção da dengue.

Fonte por: CNN Brasil