Em meio à febre do morango do amor, publicações nas redes sociais alertaram para a presença de “insetos esmagados” escondidos entre a lista de ingredientes do doce do momento, devido ao uso do corante vermelho que dá cor à calda de caramelo. A CNN conversou com especialistas para entender a polêmica, que tem seu lado de verdade.
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A calda de caramelo utilizada no morango do amor contém corante vermelho, que pode ser de origem animal, em especial do inseto Dactylopius coccu, popularmente chamado de cochonilha.
A cochonilha é utilizada há milênios pela humanidade, sendo já empregada pelos Astecas, na América Central, para colorir tecidos, inclusive na indústria alimentícia, para conferir cor a doces, carnes e laticínios. O animal, com dimensões inferiores a 5 milímetros, é esmagado a fim de extrair o ácido carmínico, substância vermelha que constitui a base do corante Carmim.
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O corante natural de cochonilha é também denominado em rótulos como vermelho 4, vermelho 3, E120, CI 75470, INS 120 ou até mesmo extrato de conchinha, e está entre os aditivos regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Devido à sua origem natural, a substância costuma ser mais dispendiosa em comparação com os corantes sintéticos, que são mais acessíveis em lojas de confeitaria. Assim, o corante é mais empregado na indústria e menos em docerias caseiras, de onde provêm os morangos do amor.
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No entanto, devido à grande procura por doces, algumas confeitarias podem utilizar o corante de cochonilha quando os artificiais estão indisponíveis. Há também confeitarias que preferem a substância dos insetos, por acreditarem em uma melhor qualidade do produto.
Risco à saúde
O acordo entre os especialistas é que o corante de cochonilha pode provocar alergias em indivíduos com sensibilidade elevada, tal como qualquer substância natural ou artificial ingerida. Os eventos alérgicos são incomuns e leves, sendo, de maneira geral, o aditivo considerado seguro para o consumo.
Segundo especialistas entrevistados para a reportagem: Guilherme Andrade Marson, doutor e professor no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP); Patrícia Bonets, engenheira de alimentos que atua no setor de corantes há 17 anos; Walter Taam Filho, doutor em ciência dos alimentos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SPB).
Fonte por: CNN Brasil