Uso de prótese temporária associada a antibiótico pode tratar infecções pós-operatórias

Pesquisadores da PUC-PR criaram próteses de polímero para substituir a prótese permanente durante o período de tratamento.

11/07/2025 11:03

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Uso de prótese temporária associada a antibiótico pode tratar infecções pós-operatórias
(Imagem de reprodução da internet).

A troca de articulações danificadas por próteses tem proporcionado maior qualidade de vida para indivíduos com distintas condições de saúde, notadamente idosos, que recuperam a capacidade de se movimentar sem dor após o procedimento. Contudo, em certos casos, a melhora é interrompida por infecções, que exigem um tratamento prolongado com antibióticos e a remoção das próteses, retornando o paciente a uma rotina com restrições.

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Pesquisadores do Paraná buscam alterar o cenário com um projeto que envolve uma prótese biodegradável, produzida por meio de impressão 3D a partir de um polímero plástico e que pode ser combinado com antibióticos. O material está em fase de testes clínicos e já foi aplicado em 15 pacientes que receberam próteses de quadril no Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba, apresentando resultados iniciais promissores.

Atualmente, não há na rede SUS uma prótese temporária com antibiótico que seja acessível. As que existem são importadas e de alto custo, segundo o professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Felipe Francisco Tuon, que lidera o projeto.

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Quando o paciente apresenta uma infecção, é necessário remover a prótese de titânio e aguardar pelo menos seis meses sem nenhum substituto durante o tratamento, o que geralmente causa dor. Dependendo da localização da prótese, a pessoa pode ter dificuldade para andar e ocorre uma retração muscular, além de aumentar a probabilidade de hematomas e novas infecções.

A prótese de polímero foi concebida para substituir a permanente durante o tratamento, juntamente com a adição do antibiótico, que auxilia no controle da infecção no local afetado. Após a eliminação das bactérias, o paciente pode receber novamente a prótese permanente, com menor risco de complicações.

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A utilização de impressoras 3D representa uma significativa vantagem, possibilitando a produção em grande escala de modelos padronizados, com baixo custo, e também a fabricação de peças personalizadas. “Para pacientes que necessitem de uma prótese de tamanho diferente do padrão, é possível realizar uma tomografia computadorizada e construir uma prótese com as características específicas para aquele paciente”, complementa Tuon.

Os pacientes que utilizaram a prótese temporária de quadril seguem sendo acompanhados, e a pesquisa planeja conduzir testes clínicos com indivíduos que necessitam de prótese no joelho e no ombro em 2024. A equipe também está expandindo a estrutura de produção, após obter um financiamento de R$ 3 milhões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O novo centro de impressão 3D possibilitará que as próteses sejam distribuídas pela rede pública em todo o país.

O objetivo é fornecer as próteses para todos os hospitais que desejarem participar do projeto. Temos aqui capacidade de produção e material para anos de próteses”, conclui Tuon.

Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.