A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou nesta sexta-feira, 19 de dezembro de 2025, otimismo em relação à aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Segundo a chefe da Comissão, existe um forte apoio entre os países da UE para a formalização do tratado, apesar de um adiamento recente.
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A informação foi divulgada pela agência de notícias AFP.
Adiamento e Resistências Internas
O adiamento da formalização do acordo ocorreu um dia após a União Europeia decidir postergar a decisão, o que gerou frustração no governo brasileiro, que esperava a conclusão do acordo ainda em 2025. As resistências internas no bloco, especialmente de países como França, Itália e Bélgica, focaram-se em preocupações sobre o impacto do acordo em setores agrícolas sensíveis e em compromissos ambientais.
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A situação tem sido objeto de intensas discussões.
Manifestações e Reafirmação da Importância Estratégica
Na quinta-feira, 18 de dezembro, milhares de manifestantes tomaram as ruas de Bruxelas, utilizando tratores como símbolo de protesto contra a política agrícola da UE e o potencial acordo com o Mercosul. Apesar das manifestações, von der Leyen reiterou a relevância estratégica do tratado, destacando que ele representa um mercado de aproximadamente 700 milhões de consumidores e é de grande importância para a União Europeia.
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Construindo Consenso e Perspectivas Futuras
A presidente da Comissão Europeia afirmou que a UE continua trabalhando para construir um consenso entre os Estados-membros. Ela avaliou que as resistências não inviabilizam o avanço do tratado. Segundo ela, o acordo ampliará o acesso das empresas europeias a um dos maiores mercados do mundo e fortalecerá a posição geopolítica da União Europeia em um contexto de disputas comerciais globais.
A expectativa é que a tramitação seja retomada em 2026.
Detalhes do Acordo e Contexto Econômico
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul, negociado há mais de 20 anos, foi formalmente fechado em termos técnicos em 2019, mas ainda depende da ratificação pelos países europeus. Nos últimos meses, o tema voltou a ser central no debate, impulsionado pelo esforço do Brasil para destravar o processo e pelas discussões internas na Europa sobre protecionismo agrícola, padrões ambientais e cláusulas de sustentabilidade.
Em 2024, a UE respondeu por 57 bilhões de euros em exportações para o Mercosul, e 29 bilhões de euros em serviços. O pacto busca reduzir tarifas alfandegárias e facilitar o comércio de bens e serviços, além de incluir compromissos em propriedade intelectual, compras públicas e sustentabilidade ambiental.
