Unidos, Europeus consideram o acordo com o Mercosul como uma oportunidade de equilibrar as tarifas impostas por Trump
A Comissão Europeia aprovou o acordo com o bloco sul-americano, submetendo o texto ao parlamento e aos países membros, que ainda devem dar sua aprovação.

A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia, validou o acordo comercial com países do Mercosul e assegurou garantias sólidas para proteger o setor agrícola. O texto ainda precisa ser votado pelo Parlamento Europeu e aprovado por 15 dos 35 países que compõem o bloco, representando 65% da população do mesmo.
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O acordo eliminaria tarifas alfandegárias nos próximos anos, promovendo o comércio entre os blocos. Trinta e cinco anos de negociações foram necessários para que o acordo fosse concretizado.
A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Mercosul, sucedida apenas pela China. Os europeus constituem cerca de 17% do comércio do bloco sul-americano, notadamente na aquisição de produtos agrícolas e minerais.
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Para superar a oposição francesa, o bloco propôs restringir as importações de certos produtos agrícolas, incluindo a carne bovina. Isso ocorreria se o aumento da entrada de produtos estrangeiros atingisse 10%, ou se os preços no bloco europeu fossem iguais aos dos produtos importados. Um fundo de US$ 7,38 bilhões também foi incluído.
Apesar do alívio francês, os poloneses – que são fortes exportadores de produtos da agricultura – ainda criticam o acordo, mas, segundo o primeiro-ministro do país, Donald Tusk, entendem que não terão força para frear o movimento.
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A Polônia se oporá ao Mercosul porque pretendemos assegurar, ou pelo menos demonstrar, que não faremos concessões em relação aos interesses dos produtores agrícolas poloneses, afirmou Tusk.
Para a Comissão Europeia, o acordo compensa perdas comerciais decorrentes das tarifas de Donald Trump, além de diminuir a dependência da China. Maros Sefcovic, comissário de Comércio do bloco, declarou que o tratado é um instrumento estratégico, que pode auxiliar a “moldar o papel da Europa na economia global nas próximas décadas”.
O governo brasileiro celebrou o progresso do texto. O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que a validação do acordo é um avanço fundamental para os investimentos entre as regiões.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou ter confiança de que o acordo sairia até o final do ano. “Seria uma boa notícia para o mundo que a Mercosul e a UE se unissem em torno de um projeto de desenvolvimento comum”, concluiu Haddad.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.