UN se torna inútil diante do genocídio palestino, diz analista. Amanda Harumy destaca fraqueza do multilateralismo e liderança crescente de Lula

Amanda Harumy destaca fragilidade do multilateralismo e ascensão do protagonismo internacional de Lula.

01/10/2025 17:32

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(Imagem de reprodução da internet).

Críticas à ONU e ao Ceasefire Proposto por Trump

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, realizada na semana passada em Nova York, expôs o crescente isolamento de Israel, diante de acusações de genocídio contra o povo palestino, e evidenciou os limites da instituição na prevenção de massacres. Essa é a avaliação da analista política Amanda Harumy, em entrevista à Radio BdF.

Harumy ressaltou a importância das posições adotadas pelos estados membros, mesmo aqueles pertencentes à NATO e ao G7, que mantêm cooperação com Israel, no contexto da defesa dos palestinos e da constatação do genocídio. No entanto, a especialista enfatizou que declarações diplomáticas isoladas não são suficientes para interromper a violência.

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“Praticamente falando, qual o impacto disso na efetiva parada do genocídio, no fim da matança em Gaza? Não podemos garantir que discursos presidenciais sozinhos tenham peso. Isso é a inércia da ONU”, argumentou Harumy, destacando a necessidade de ações concretas.

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O analista também criticou a proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente americano Donald Trump. “São propostas que exigem que Hamas desarme e desapareça, mas não garantem um Estado palestino nem o fim do conflito enraizado na política de ocupação territorial de Israel. É quase um acordo unilateral e, surpreendentemente, foi recebido com quase unanimidade mundialmente”, observou.

Harumy apontou que Trump está utilizando a mediação como ferramenta eleitoral. “Essa busca por um Prêmio Nobel da Paz faz parte da imagem que ele constrói: apresentando-se como um salvador, um transformador da ordem mundial”, disse.

O discurso do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, ao abrir a Assembleia da ONU, também foi um ponto alto. Para Harumy, Lula projetou-se como um líder global.

“Foi um discurso abrangente que cobriu muitas questões e posicionou o Brasil claramente diante do mundo. Ao mesmo tempo, ele nomeou o que está acontecendo em Palestine como genocídio. Lula é muito popular. Hoje, presidentes buscam fotos com ele, reuniões com ele. Ele permanece um líder internacional”, comentou.

Ela também destacou a fala de Lula sobre o “fim da superioridade ética do Ocidente”. “Se, na prática, estamos novamente testemunhando um genocídio, é porque a Organização das Nações Unidas falhou. A ONU é obsoleta em sua metodologia e na maneira como está organizada, porque o mundo mudou”, concluiu Harumy.

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.