Um em cada seis pais nos EUA recusa o esquema de vacinação padrão

Especialistas alertam que essa situação pode levar ao ressurgimento de doenças fatalmente perigosas que foram erradicadas pela vacinação infantil habitual.

15/09/2025 21:41

2 min de leitura

Um em cada seis pais nos EUA recusa o esquema de vacinação padrão
(Imagem de reprodução da internet).

Um em cada seis pais nos Estados Unidos evita ou adia o programa padrão de vacinação infantil, conforme aponta uma pesquisa publicada nesta segunda-feira 15, evidenciando a ausência de confiança nas imunizações e nas autoridades de saúde.

Uma pesquisa conduzida pelo jornal The Washington Post e pela ONG KFF, envolvendo mais de 2.500 pais, aponta para o aumento da desconfiança dos norte-americanos em relação às vacinas, iniciado com a pandemia de Covid-19.

Estudos revelaram que aproximadamente 9% optaram por não vacinar seus filhos contra a poliomielite ou contra sarampo, caxumba e rubéola.

Leia também:

Profissionais de saúde pública advertem que essa situação pode levar ao ressurgimento de doenças perigosas que a vacinação infantil regular praticamente extinguiu.

Nos Estados Unidos, em 2025, ocorreu o maior surto de sarampo em mais de três décadas, totalizando mais de 1.400 casos confirmados e três óbitos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O estudo também identificou que pais que postergaram ou recusaram a vacinação de seus filhos tendem a ser brancos, conservadores, com menos de 35 anos, religiosos e, em certos casos, optam por educar seus filhos em casa.

Contudo, a pesquisa indicou que a maioria dos pais norte-americanos demonstra apoio ao programa de vacinação; 81% afirmaram que as escolas públicas deveriam manter a obrigatoriedade de vacinas contra o sarampo e a poliomielite.

A oposição às vacinas aumentou nos Estados Unidos nos últimos anos, em grande parte impulsionada por alegações refutadas que ligam os imunizantes ao autismo.

A pesquisa revelou que os pais permaneceram menos inclinados a vacinar seus filhos contra a Covid-19 ou a gripe; cerca de 50% declararam não ter vacinado seus filhos contra a gripe no ano anterior e 56% expressaram falta de confiança na segurança das vacinas contra a Covid para crianças.

O secretário de Saúde do presidente Donald Trump, o cético em vacinas Robert Kennedy Jr., contribuiu consideravelmente para intensificar esses receios.

Recentemente, foi demitida Sue Monarez, diretora dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC), a agência nacional de saúde pública, em razão das diretrizes de imunização.

Monarez comparecerá para depor perante o comitê de Saúde do Senado ainda esta semana.

O renovado Comitê Assessor sobre Práticas de Imunização (ACIP), órgão científico responsável por formular recomendações aos CDC, reunirá a partir da semana seguinte. Kennedy incorporou membros céticos em relação a vacinas após a remoção de todos os integrantes anteriores.

Na segunda-feira, os CDC anunciaram a nomeação de cinco novos membros para o ACIP, incluindo indivíduos que se manifestaram contra a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 e que defenderam terapias não comprovadas para a doença.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.