Um em cada seis pais nos EUA recusa o esquema de vacinação padrão
Especialistas alertam que essa situação pode levar ao ressurgimento de doenças fatalmente perigosas que foram erradicadas pela vacinação infantil habitual.

Um em cada seis pais nos Estados Unidos evita ou adia o programa padrão de vacinação infantil, conforme aponta uma pesquisa publicada nesta segunda-feira 15, evidenciando a ausência de confiança nas imunizações e nas autoridades de saúde.
Uma pesquisa conduzida pelo jornal The Washington Post e pela ONG KFF, envolvendo mais de 2.500 pais, aponta para o aumento da desconfiança dos norte-americanos em relação às vacinas, iniciado com a pandemia de Covid-19.
Estudos revelaram que aproximadamente 9% optaram por não vacinar seus filhos contra a poliomielite ou contra sarampo, caxumba e rubéola.
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Profissionais de saúde pública advertem que essa situação pode levar ao ressurgimento de doenças perigosas que a vacinação infantil regular praticamente extinguiu.
Nos Estados Unidos, em 2025, ocorreu o maior surto de sarampo em mais de três décadas, totalizando mais de 1.400 casos confirmados e três óbitos.
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O estudo também identificou que pais que postergaram ou recusaram a vacinação de seus filhos tendem a ser brancos, conservadores, com menos de 35 anos, religiosos e, em certos casos, optam por educar seus filhos em casa.
Contudo, a pesquisa indicou que a maioria dos pais norte-americanos demonstra apoio ao programa de vacinação; 81% afirmaram que as escolas públicas deveriam manter a obrigatoriedade de vacinas contra o sarampo e a poliomielite.
A oposição às vacinas aumentou nos Estados Unidos nos últimos anos, em grande parte impulsionada por alegações refutadas que ligam os imunizantes ao autismo.
A pesquisa revelou que os pais permaneceram menos inclinados a vacinar seus filhos contra a Covid-19 ou a gripe; cerca de 50% declararam não ter vacinado seus filhos contra a gripe no ano anterior e 56% expressaram falta de confiança na segurança das vacinas contra a Covid para crianças.
O secretário de Saúde do presidente Donald Trump, o cético em vacinas Robert Kennedy Jr., contribuiu consideravelmente para intensificar esses receios.
Recentemente, foi demitida Sue Monarez, diretora dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC), a agência nacional de saúde pública, em razão das diretrizes de imunização.
Monarez comparecerá para depor perante o comitê de Saúde do Senado ainda esta semana.
O renovado Comitê Assessor sobre Práticas de Imunização (ACIP), órgão científico responsável por formular recomendações aos CDC, reunirá a partir da semana seguinte. Kennedy incorporou membros céticos em relação a vacinas após a remoção de todos os integrantes anteriores.
Na segunda-feira, os CDC anunciaram a nomeação de cinco novos membros para o ACIP, incluindo indivíduos que se manifestaram contra a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 e que defenderam terapias não comprovadas para a doença.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.