Um advogado afirmou que Marcelo Câmara desconhecia o conteúdo das conversas com Cid

Declarações de Eduardo Kuntz sobre o caso Marcelo Câmara

O advogado Eduardo Kuntz declarou à CNN que, em depoimento à Polícia Federal, explicou que o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), coronel Marcelo Câmara, tinha conhecimento de que Mauro Cid o havia procurado, mas que ele não teve acesso às conversas entre eles.

Kuntz afirmou que ele havia deixado claro que a Câmara não tinha envolvimento com o ocorrido e que o autor sabia que Cid o havia procurado, mas que nunca discutiram o teor das conversas com ele, tendo ele tomado conhecimento somente com a juntada do protocolo da defesa prévia.

O advogado é parte da defesa de Câmara na ação penal da trama golpista. O depoimento dele, na sede da PF, em São Paulo (SP), durou aproximadamente quatro horas nesta terça-feira (1º). Essa foi a oitiva mais longa entre os quatro depoimentos simultâneos.

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Kuntz foi ouvido na apuração sobre obstução de investigação, após ele mesmo afirmar ao STF (Supremo Tribunal Federal) que era o interlocutor das mensagens que supostamente foram trocadas com o ex-ajudante de ordens em um perfil nas redes sociais.

Após as revelações, o ministro relator Alexandre de Moraes determinou que o advogado prestasse depoimento. Além dele, o próprio Marcelo Câmara foi ouvido na sede da PF, em Brasília.

Câmara está preso após suspeita de obstução por infringir medida cautelar. O ex-assessor de Bolsonaro, de acordo com o STF, não poderia entrar em contato com investigados, nem por meio de terceiros.

Moraes avaliou que a medida foi violada, uma vez que o advogado teria conversado com o informante. O militar foi conduzido pela Polícia do Exército para o depoimento, que durou aproximadamente uma hora.

Além de Kuntz e Câmara, a Polícia Federal também ouviu o ex-assessor de Bolsonaro Fábio Waijngarten e o advogado do ex-presidente, Paulo Cunha Bueno.

Em depoimento, Mauro Cid apontou que ambos também procuraram contatar a família dele para obter informações sobre a defesa dele entre 2023 e 2024.

Ambos negam qualquer contato que buscasse informações sobre o acordo de delação premiada ou as estratégias de defesa de Cid.

Após o depoimento, Wajngarten declarou que pode tomar ações legais contra Cid por calúnia.

Fonte por: CNN Brasil