Pesquisadores da UFRGS e ANA alertam: enchentes podem triplicar na região Sul. Estudo aponta risco de elevação de até 3m em serras e 1m em planícies. Risco maior no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina
Pesquisadores da UFRGS, em parceria com a ANA, alertam para um aumento preocupante na frequência de enchentes na região Sul do Brasil. Um estudo divulgado recentemente aponta que eventos extremos de cheias podem se tornar cinco vezes mais comuns até o final do século.
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A pesquisa, que utilizou dados de 1951 a 2014, busca entender melhor os impactos das mudanças climáticas na região.
As projeções indicam que, em áreas serranas, o nível das cheias poderá subir até três metros, enquanto em regiões mais planas, a elevação deve atingir um metro nos três estados sulistas – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A análise considera o aumento das vazões máximas de cheias que ocorrem em intervalos menores que 10 anos.
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Populações que vivem às margens dos rios Jacuí, Caí e Taquari, no Rio Grande do Sul, e especialmente em Porto Alegre, estão entre as mais vulneráveis. A bacia do rio Itajaí-Açu, que atravessa cidades como Blumenau, Itajaí e Navegantes, em Santa Catarina, também será impactada significativamente.
A pesquisa destaca a importância de monitorar as bacias hidrográficas.
Apesar do aumento previsto nas precipitações médias anuais (4,8% no Rio Grande do Sul e 4,7% em Santa Catarina), a duração dos períodos secos deve aumentar. No Rio Grande do Sul, a projeção é de um aumento de 3 dias no período seco, enquanto em Santa Catarina, a expectativa é de 5 dias.
O Paraná apresenta uma situação mais crítica, com uma queda de 2% na precipitação anual e um aumento de 10 dias no período seco.
Os pesquisadores utilizaram um modelo hidrológico avançado, que simula o fluxo de água e as ondas de cheia, em conjunto com 28 Modelos Climáticos Globais (GCMs). No entanto, o estudo reconhece que as projeções podem ser subestimadas devido à sensibilidade limitada dos modelos climáticos e à imprevisibilidade de fenômenos ainda desconhecidos.
A análise dos dados históricos é fundamental para a compreensão do problema.
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Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.