Ucrânia acusa Rússia de participação no assassinato do ex-presidente da Câmara dos Deputados
Andriy Parubiy foi assassinado a tiros no último sábado.
A Ucrânia declarou nesta segunda-feira 1º que a Rússia está ligada à morte do ex-presidente do Parlamento, Andriy Parubiy, assassinado no sábado 30 por um indivíduo vestido como entregador.
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Parubiy liderou a luta pela independência da Ucrânia durante o período soviético e se destacou nos movimentos de protesto pró-europeus de 2004 e 2014 no país.
O parlamentar de 54 anos foi assassinado a tiros no sábado na cidade de Lviv, região oeste da Ucrânia.
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A polícia anunciou na madrugada de segunda-feira a prisão do suspeito do crime. Ele disparou oito vezes contra Parubiy durante o dia e fugiu em seguida.
Sabemos que este crime não foi fortuito. Há um rastro russo, afirmou o chefe da Polícia Nacional, Ivan Vigivski, em uma declaração nas redes sociais.
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O comunicado foi acompanhado pela divulgação de uma foto do momento da detenção, na qual um homem sem camisa é retirado por policiais de um apartamento.
O ministro do Interior da Ucrânia, Igor Klimenko, havia declarado anteriormente à detenção que o crime foi cuidadosamente planejado, reiterando as palavras do presidente Volodimir Zelensky.
O presidente ucraniano afirmou que Klimenko e o diretor do Serviço de Segurança, Vasil Maliuk, o comunicaram sobre o cumprimento da ordem de prisão.
Após conversar com o chefe do Ministério Público, Ruslan Kravchenko, Zelensky acrescentou: “O suspeito prestou seu depoimento inicial”.
O Klimenko afirmou que diversas viaturas policiais e agentes de segurança estiveram envolvidos na operação de apreensão do suspeito na área de Khmelnytskyi, no leste de Lviv.
Apenas declarei que o crime foi planejado com cuidado. O horário dos deslocamentos da vítima foi estudado, a rota foi traçada e um plano de fuga foi elaborado, afirmou o ministro.
Alerta de busca.
Rússia e Ucrânia trocaram acusações sobre o assassinato de figuras políticas e militares de ambos os lados desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
A mídia russa relatou que Parubiy estava sendo procurado pelas autoridades de Moscou desde 2023.
Formado em História, deputado no momento de sua morte, Parubiy também era um ativista da língua ucraniana, um tema de grande relevância política.
Parubiy se destacou no movimento pró-europeu de Maidan, atuando como “comandante” dos grupos de autodefesa nas manifestações violentamente reprimidas pelo governo pró-russo em Kiev.
As manifestações, que demandavam uma maior proximidade com a União Europeia e o fim da influência do Kremlin, levaram o presidente ucraniano favorável a Moscou, Viktor Yanukovych, a renunciar ao cargo e procurar refúgio na Rússia em 2014.
Em 2014, a mídia ucraniana relatou que Parubiy havia escapado por pouco de um atentado, que envolvia o uso de uma granada.
Após a remoção de Yanukovich, Parubiy exerceu por alguns meses o cargo de secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.












