Ualid Rabah critica plano de Gaza, afirmando que ‘engana opinião pública’
Plano de Gaza ignora ocupação israelense, libertação de presos palestinos e reconstrução de Gaza, critica Ualid Rabah.
Acordo Israel-Hamas é Cessar-Fogo que Ignora Reconstrução de Gaza
O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, classificou o acordo anunciado entre Israel e o Hamas, mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como um mero cessar-fogo que não aborda a reconstrução da Faixa de Gaza e mantém a ocupação do território.
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Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, Rabah enfatizou que o acordo “não é um acordo de paz, apenas um cessar-fogo”. Ele criticou a proposta, argumentando que ela ignora a necessidade de reconstruir a Faixa de Gaza após os conflitos.
Críticas ao Plano de Trump
Rabah ressaltou que a promessa de libertação de prisioneiros se aplica apenas aos israelenses, enquanto os palestinos continuam detidos em larga escala, com mais de 26 mil pessoas presas ilegalmente na Cisjordânia e em Gaza.
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Segundo o dirigente, o plano busca “enganar a opinião pública mundial”, apresentando a troca de prisioneiros como o principal objetivo do conflito, apesar de Israel nunca ter buscado essa troca. Ele denuncia que o objetivo real é a destruição da população palestina e seu retorno a um estado primitivo.
Papel dos Mediadores e Críticas à Proposta
Rabah mencionou que o Egito havia proposto, em março, um cessar-fogo sustentado com a reconstrução do território e o avanço em direção à solução de dois Estados. Contudo, a nova proposta, segundo ele, “não menciona se Gaza será desbloqueada, nem se haverá desocupação total do território”.
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O dirigente criticou a omissão do texto de Trump em relação à Cisjordânia, ao Estado palestino e às riquezas naturais de Gaza, que somam quase US$ 1 trilhão em reservas de gás.
Reconhecimento do Genocídio e Pressão Internacional
Rabah acredita que o cessar-fogo representa o reconhecimento internacional da dimensão do extermínio cometido contra o povo palestino. Ele informou que 79.444 pessoas foram exterminadas, incluindo mais de 11 mil desaparecidos sob escombros (3,57% da demografia de Gaza).
O dirigente afirmou que o mundo inteiro enxergou o genocídio e a “cara feia” de Israel, que também se tornou a “cara feia dos Estados Unidos”, garantidores desse extermínio, o maior da história.
Contexto Político e Pressões Externas
Para Rabah, o gesto de Israel em aceitar a trégua se deve à pressão internacional. Ele citou uma declaração recente de Trump à rede Fox News, onde o presidente estadunidense teria dito ao premiê israelense Benjamin Netanyahu que “Israel não pode lutar contra o mundo”.
O dirigente concluiu que Netanyahu entende essa situação, e que o mundo não aceita mais o genocídio.
Para ouvir e assistir
O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.












