Trump utiliza aumento de tarifas como estratégia de negociação com países adversários
Donald Trump adota tarifas como estratégia de negociação, criando incertezas nas relações comerciais. Países devem estar prontos para ceder a qualquer momento
Tarifas como Estratégia de Negociação de Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou evidente que sua estratégia preferida para obter vantagens em negociações com países adversários é o aumento de tarifas. Essa abordagem se aplica independentemente da natureza da questão em discussão.
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A confirmação dessa tática veio após Trump reagir negativamente a um comercial anti-tarifa veiculado em Ontário, que citava o ex-presidente Ronald Reagan, criticando tarifas como instrumento de política comercial.
Embora não haja uma relação direta entre a ação de Ontário e a ameaça de Trump de elevar as tarifas canadenses em 10%, a resposta do presidente não foi surpreendente. O incidente ilustra a complexidade enfrentada por países que negociam com os Estados Unidos.
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Eles precisam adotar uma mentalidade transacional, questionando o que podem oferecer, e estar prontos para ceder em última hora, caso Trump exija mais.
Desafios nas Negociações Comerciais
Além disso, as tarifas recíprocas não são uma opção viável, pois os EUA frequentemente impõem tarifas retaliatórias por questões não relacionadas. Isso cria um ambiente de incerteza, onde nenhum país pode prever qual ação poderá ofender Trump, resultando em novas tarifas a qualquer momento.
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Essa abordagem foge do padrão tradicional de negociações comerciais, que geralmente visam corrigir desequilíbrios e proteger mercados internos.
O apreço de Trump por tarifas sugere que elas continuarão a ser um elemento central na política econômica dos EUA. É difícil imaginar um cenário em que o presidente não se reserve o direito de mudar de ideia e ameaçar novas tarifas, mesmo após a conclusão de um acordo comercial.
Exemplos de Tarifas e Suas Implicações
Algumas tarifas impostas por Trump têm uma lógica geopolítica, como a relacionada ao petróleo da Rússia, que poderia ser vista como parte de uma estratégia mais ampla para interromper a guerra Rússia-Ucrânia. No entanto, em outros casos, a razão por trás das tarifas é menos clara.
Por exemplo, Trump criticou o Brasil por processar o ex-presidente Jair Bolsonaro, citando ataques à liberdade de expressão.
Além disso, a Colômbia enfrentou críticas de Trump após o presidente Gustavo Petro se opor às ações do governo americano contra traficantes de drogas. A África do Sul também foi alvo de tarifas elevadas devido ao tratamento de fazendeiros brancos.
A recente ameaça contra o Canadá reforça essa tendência, e os países devem estar cientes de que a qualquer momento podem ser alvos de novas tarifas.
Resultados das Negociações com a China
Até agora, a China foi o único país que conseguiu enfrentar Trump e sair vitorioso, com Xi Jinping habilidosamente permitindo que Trump parecesse triunfante enquanto assegurava benefícios para seu país. Essa dinâmica ressalta a complexidade das negociações sob a administração Trump, onde a pressão tarifária é uma ferramenta constante.
Por fim, se a Suprema Corte confirmar certas decisões, a capacidade de Trump de utilizar tarifas como instrumento de pressão pode ser significativamente reduzida, alterando o cenário das negociações comerciais internacionais.
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.












