Trump solicita que a China aumente em quatro vezes os pedidos de soja
O acordo tarifário entre Pequim e Washington tem validade até terça-feira (12), contudo, o governo Trump sinalizou a possibilidade de extensão do prazo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou, no domingo (10), que a China aumentasse suas compras de soja quatro vezes, até o término de um acordo tarifário relevante, o que provocou um aumento nos preços da soja em Chicago, ainda que especialistas tenham levantado dúvidas sobre a possibilidade de um acordo desse porte.
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Trump afirmou, em publicação noturna no Truth Social, que a China demonstrava preocupação com a falta de soja e que almejava um aumento rápido nos importações do produto americano.
Será prestado um serviço rápido. Obrigado, Presidente XI, disse Trump na postagem.
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O contrato de soja mais ativo na Bolsa de Chicago (CBOT) avançava 2,2%, para US$ 10,09 a bushel às 7h (horário de Brasília) de segunda-feira, após a publicação de Trump.
A China, principal importador de soja global, adquiriu aproximadamente 105 milhões de toneladas do produto no ano anterior, com cerca de um quarto proveniente dos Estados Unidos e o restante do Brasil. O aumento de quatro vezes nas remessas demandaria que a China importasse dos EUA a maior parte de sua soja.
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Johnny Xiang, fundador da AgRadar Consulting, com sede em Pequim, afirmou que é improvável que a China adquira quatro vezes o volume usual de soja dos Estados Unidos.
A moratória tarifária entre Pequim e Washington deve terminar em 12 de agosto, porém o governo Trump sinalizou que o período poderá ser estendido. Não se sabe se assegurar da China em relação à compra adicional de soja dos EUA é uma condição para prorrogar a tregua, visto que Trump busca diminuir o déficit comercial entre China e Estados Unidos.
Os contratos de farelo de soja na China desceram 0,65%, para 3.068 iuanes por tonelada, em razão de previsões de que o aumento das importações dos Estados Unidos poderia elevar a oferta.
O Ministério do Comércio da China não respondeu prontamente ao pedido de comentário da Reuters.
De acordo com o Acordo Fase Uma, rubricado no primeiro governo Trump, a China comprometeu-se a elevar as importações de produtos agrícolas americanos, como a soja. Contudo, a capital chinesa ultrapassou as metas estabelecidas.
Este ano, em meio às tensões comerciais entre Washington e Pequim, a China ainda não comprou nenhum grão americano para o quarto trimestre, gerando preocupações com a proximidade da época de exportação da safra dos EUA.
A China demonstrava diversos sinais de que poderia abandonar completamente a importação de soja dos Estados Unidos durante o ano corrente, incluindo a reserva de remessas de teste de farelo de soja provenientes da Argentina, afirmou Even Rogers Pay, analista agrícola da Trivium China.
Fabricantes chineses de ração compraram três lotes de farelo de soja argentino, visando assegurar suprimentos sul-americanos mais acessíveis, considerando as preocupações sobre uma possível interrupção no fornecimento de soja no quarto trimestre.
Os Estados Unidos têm procurado mercados consumidores alternativos, porém nenhum país se compara à China em termos de volume de importação. Em 2023, a China importou 22,13 milhões de toneladas de soja dos EUA e 74,65 milhões de toneladas do Brasil.
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Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Lucas Almeida
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.