Trump reforça proposta de Bolsonaro para taxar o Pix, afirma Haddad
O ministro da Fazenda declara que os EUA estão reforçando sua estratégia devido a como o sistema brasileiro dificulta o desenvolvimento da Vale do Silício.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que, desde o governo Jair Bolsonaro (PL), existe uma “insistência” para taxar o Pix, sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo BC (Banco Central). Ele mencionou que a pressão atualmente provém dos Estados Unidos.
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Ele afirmou que não se deseja que as pessoas paguem por isso [Pix]. Essa insistência, que já vinha do governo Bolsonaro, que queria taxar o Pix, queria criar um imposto sobre transações financeiras, agora vem de fora do Brasil, de que [o Pix] não pode ser estatal, de que tem que ser privatizado o Pix.
Em 2020, durante o governo Bolsonaro, o então ministro da Economia Paulo Guedes defendeu publicamente a criação de um “microimposto” sobre transações digitais com alíquota de 0,2%. Ele negava que se tratava de uma CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). O assunto não avançou e o ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra deixou o cargo após “divergências” com Bolsonaro.
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Em seu governo, Lula, no final de 2024, a Secretaria Especial da Receita Federal ampliou a fiscalização sobre os recursos financeiros que circulam por bancos digitais e fintechs. A medida, que teve início em janeiro de 2025, gerou oposição. Ela restringiria o combate à sonegação e obrigaria pessoas, principalmente trabalhadores informais, a pagar o imposto devido, inclusive sobre transações via Pix. Diante da controvérsia e da disseminação do boato de que Haddad “taxaria o Pix”, o governo recuou.
A crítica aos Estados Unidos.
Haddad criticou a investigação dos EUA em relação ao Pix. Ele afirmou que se assemelha a “querer taxar o Pix”. Em sequência das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), em 9 de julho, os EUA abriram apurações sobre práticas brasileiras que consideram prejudiciais aos interesses do país. Entre elas está a criação do Pix, que compete com sistemas de pagamentos norte-americanos.
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O ministro da Fazenda afirmou que os norte-americanos geraram centenas de tecnologias no Vale do Silício, na Califórnia, nos EUA, e que “poucas pessoas” estão ganhando bilhões de dólares. “Nós desenvolvemos uma tecnologia melhor que a deles, e não estamos cobrando nada por ela. Ninguém está ficando rico com ela […]. O Pix não foi feito para enriquecer um empresário. Foi desenvolvido com tecnologia do Estado brasileiro”.
O ministro afirmou que o Pix é aceito na Europa, nos EUA, na Argentina e em outros países “sem custos” para as nações. “A quem isso está prejudicando? Está prejudicando quem ganha dinheiro com transações financeiras. Nós não queremos cobrar por isso”, declarou Haddad.
O Pix foi lançado em novembro de 2020 pelo ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Embora tenha acelerado a implementação do Pix, Campos Neto continuou com projetos que já estavam em andamento no Banco Central. Ilan Goldfajn, presidente do BC no governo Michel Temer (MDB) e atual presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), tinha planos de implementar um meio de pagamento instantâneo.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.