Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter enviado um convite a Donald Trump para a COP30 em Belém, diplomatas e integrantes do governo responsáveis pela organização do evento, ouvidos pela CNN, consideram que seria preferível que o presidente dos Estados Unidos não participasse.

Na Colômbia, na sexta-feira (22), o presidente Lula defendeu que a COP30, a ser realizada no Brasil em novembro, produza resultados e não resulte em meros pronunciamentos.

Um participante que coordenou o evento declarou existir até um grupo de pessoas que deseja que os Estados Unidos não estejam presentes, alegando que a presença da delegação americana poderia impedir o progresso. “Se eles virem, aqui não sai nada mesmo”, afirmou.

O presidente Lula declarou na sexta-feira que encaminhou uma carta com sua assinatura a Trump, com o objetivo de participar da conferência que ocorrerá em novembro deste ano. A ação é considerada uma tentativa de fortalecer o impacto político do encontro, embora nos bastidores a percepção seja de que a presença do republicano é improvável e, para alguns, até desaconselhável.

A preocupação é que, em virtude de seu papel como membro da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a delegação americana pudesse empregar o direito de comitiva para impedir consensos e dificultar a conclusão de documentos finais.

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Em seu primeiro ato após tomar posse, em janeiro deste ano, Donald Trump decidiu retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris, estabelecido em 2015 e assinado por mais de 190 países durante a COP21 em Paris.

A perspectiva no governo é que a presença do presidente dos Estados Unidos fortalece qualquer cúpula, porém, considerando que o atual mandatário é Donald Trump, sua participação poderia prejudicar mais do que beneficiar.

Um diplomata considera que a participação dos Estados Unidos conferiria legitimidade às decisões da conferência e seu envolvimento é essencial para lidar com a crise climática — o país é o segundo maior emissor de poluentes do mundo, atrás da China. Contudo, reconhece que, no cenário atual, não faz muito sentido imaginar Trump em Belém.

Ele complementou que a participação de Trump não é central na organização da COP30. “Ninguém está removendo o problema disso. O que realmente preocupa é a falta dos EUA nas decisões climáticas”, afirmou.

A participação do presidente americano é considerada virtualmente impossível. Diplomatas afirmam que, para Donald Trump, trata-se de uma decisão política e, diante de suas atitudes recentes, não faria sentido algum seu comparecimento à COP.

O governo brasileiro já espera, inclusive, uma reação de Trump durante a cúpula, assim como no encontro do Brics no Rio de Janeiro. Na ocasião, Trump disse que iria impor tarifas adicionais aos países do Brics e seus aliados.

Fonte por: CNN Brasil