Trump permitiu que cidadãos sul-coreanos presos nos EUA permanecessem no país, mas apenas um deles aceitou

Trabalhadores sem documentos estavam atuando em uma unidade da Hyundai e foram detectados em uma ação de fiscalização de imigração.

11/09/2025 10:14

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Trump permitiu que cidadãos sul-coreanos presos nos EUA permanecessem no país, mas apenas um deles aceitou
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permitiu que centenas de trabalhadores sul-coreanos detidos em uma operação de imigração permanecessem no país, mas apenas um deles escolheu permanecer, relataram autoridades sul-coreanas na quinta-feira (11).

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A sugestão de Trump visava incentivar os funcionários a permanecerem e treinarem os americanos, o que causou um atraso de um dia no retorno de um avião alugado para levá-los para casa. A partida da aeronave dos EUA está prevista para o final da tarde de quinta-feira (11).

Em imagens de televisão, trabalhadores foram vistos embarcando em diferentes ônibus do lado de fora das cercas de arame farpado de um centro de detenção por volta das 2h da manhã (horário local) para irem ao aeroporto de Atlanta, na Geórgia.

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Diferentemente de outras deportações americanas, eles não foram algemados, cumprindo uma demanda fundamental da Coreia do Sul, que ficou horrorizada com a operação, em especial com o emprego de veículos blindados e algemas.

Na semana passada, foram detidos aproximadamente 300 cidadãos sul-coreanos, além de mais de 150 indivíduos, no local da construção do projeto de US$ 4,3 bilhões da Hyundai Motor e da LG Energy Solution, que visa a produção de baterias para veículos elétricos.

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A operação foi amplamente divulgada pelas autoridades de imigração americanas, representando uma ameaça à estabilidade em um momento em que ambos os países buscam concluir um acordo comercial e evitar o investimento sul-coreano nos Estados Unidos, algo que Trump busca assegurar.

O presidente Lee Jae-myung declarou que as operações da empresa no país se encontram em uma situação de grande incerteza durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (11) para celebrar seus primeiros 100 dias de governo.

Deputados em Seul admitiram que houve possível excedência nos limites de um programa de isenção de visto de 90 dias ou de um visto temporário de negócios B-1.

As empresas sul-coreanas também têm reclamado há anos das dificuldades em obter vistos de trabalho de curta duração para especialistas em suas fábricas de alta tecnologia nos Estados Unidos, recorrendo a uma zona de interpretação mais flexível das regras de visto, utilizada sob governos americanos anteriores.

Vistos para coreanos

Após a operação, Washington e Seul concordaram em discutir o estabelecimento de uma nova categoria de visto para coreanos, declarou o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Hyun.

As dificuldades contemporâneas no envio de colaboradores para os EUA podem impactar o investimento direto. “Nossas empresas que estão investindo nos Estados Unidos certamente hesitarão muito”, declarou Lee.

A Coreia do Sul também pediu que os trabalhadores presos não sofram danos caso tentem retornar aos Estados Unidos.

A Casa Branca, o Departamento de Estado dos EUA e o Departamento de Segurança Interna não forneceram respostas imediatas aos pedidos de comentários.

Trabalhadores sul-coreanos estão deixando em grande número diversas unidades americanas de produção da LG Energy Solution, em razão de dificuldades com vistos, segundo indivíduos com conhecimento da situação.

A LG Energy Solution também pediu que seus terceirizados elaborassem planos de contingência e contratassem funcionários da região, afirmou uma fonte.

Diversos dos trabalhadores apreendidos são empregados de terceirizados ligados ao projeto. A mídia sul-coreana também reportou que um número restrito de cidadãos japoneses e chineses também foi detido durante a operação.

O Ministério das Relações Exteriores da China declarou que sua embaixada nos Estados Unidos está trabalhando para compreender a situação em profundidade e oferecer a assistência necessária aos seus cidadãos.

A agência Reuters declarou que instou os Estados Unidos a aplicar as leis de maneira imparcial e a assegurar os direitos e interesses legítimos dos cidadãos chineses envolvidos.

O Japão comunicou que três de seus nacionais foram impactados pela operação e que adotará as medidas necessárias para sua proteção.

Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.