Exportações Brasileiras para os EUA Caem Após Tarifas de Trump
As exportações do Brasil para os Estados Unidos sofreram uma queda significativa nos dois primeiros meses após a implementação de tarifas de 50% sobre a importação de diversos produtos brasileiros. A sobretaxa entrou em vigor no dia 6 de agosto de 2024.
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Dados de Exportação
No período de agosto e setembro de 2025, o Brasil exportou US$ 6,6 bilhões ao mercado americano, em comparação com os US$ 5,4 bilhões registrados nos mesmos meses de 2024 – um reflexo direto do impacto das tarifas.
Produtos Mais Afetados
Entre os produtos brasileiros mais impactados, observou-se:
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- Açúcares e melaços: Queda de 82,35%
- Tabaco: Queda de 76,60%
- Carne bovina: Queda de 53,38%
- Café não torrado: Queda de 11,30%
Queda em Outros Produtos
Outros produtos que não foram sujeitos à sobretaxa também registraram quedas expressivas, devido a fatores de mercado e demanda. O minério de ferro apresentou uma redução de 99% nas vendas aos Estados Unidos, enquanto a celulose caiu mais de 30%, um produto que não foi afetado pelas tarifas de Trump.
China Absorve Parte das Vendas
A China absorveu parte das vendas que haviam sido destinadas aos Estados Unidos. As exportações para a China registraram um aumento de 21% na soma de agosto e setembro, atingindo US$ 17,8 bilhões em vendas aos chineses em 2025, em comparação com US$ 14,7 bilhões no mesmo período de 2024.
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Aumento nas Vendas para Pequim
No caso da carne bovina, um dos produtos mais afetados pelo tarifaço, as vendas a Pequim quase dobraram, passando de US$ 1,06 bilhão em 2024 para US$ 1,94 bilhão em 2025 nesse período. A venda de café não torrado para a China – embora ainda pouco expressiva – teve um salto de 163%, chegando a US$ 45 milhões no período. As vendas de carne bovina também aumentaram significativamente para o México, com um aumento de 250% nas vendas nos dois meses.
Diversificação de Mercados
Após a imposição das tarifas de Donald Trump, o discurso sobre a necessidade de diversificar os destinos das exportações ganhou força. Empresários e autoridades argumentaram que a diversificação já era um movimento planejado, mas que as tarifas aceleraram esse processo. O Brasil não pretende substituir totalmente o mercado americano, devido à complexidade das cadeias produtivas e ao tamanho do mercado consumidor dos EUA, mas busca diversificar para minimizar os impactos.
O Ministério da Agricultura e Pecuária prioriza a diversificação desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde 2023, mais de 400 novos mercados foram abertos.
