Trump impõe tarifa, China absorve aumento de 21% nas importações brasileiras

China impulsiona comércio com Brasil após aumento de 21% nas importações e quase dobra compras de carne bovina.

06/10/2025 18:51

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Exportações Brasileiras para os EUA Caem Após Tarifas de Trump

As exportações do Brasil para os Estados Unidos sofreram uma queda significativa nos dois primeiros meses após a implementação de tarifas de 50% sobre a importação de diversos produtos brasileiros. A sobretaxa entrou em vigor no dia 6 de agosto de 2024.

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Dados de Exportação

No período de agosto e setembro de 2025, o Brasil exportou US$ 6,6 bilhões ao mercado americano, em comparação com os US$ 5,4 bilhões registrados nos mesmos meses de 2024 – um reflexo direto do impacto das tarifas.

Produtos Mais Afetados

Entre os produtos brasileiros mais impactados, observou-se:

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  • Açúcares e melaços: Queda de 82,35%
  • Tabaco: Queda de 76,60%
  • Carne bovina: Queda de 53,38%
  • Café não torrado: Queda de 11,30%

Queda em Outros Produtos

Outros produtos que não foram sujeitos à sobretaxa também registraram quedas expressivas, devido a fatores de mercado e demanda. O minério de ferro apresentou uma redução de 99% nas vendas aos Estados Unidos, enquanto a celulose caiu mais de 30%, um produto que não foi afetado pelas tarifas de Trump.

China Absorve Parte das Vendas

A China absorveu parte das vendas que haviam sido destinadas aos Estados Unidos. As exportações para a China registraram um aumento de 21% na soma de agosto e setembro, atingindo US$ 17,8 bilhões em vendas aos chineses em 2025, em comparação com US$ 14,7 bilhões no mesmo período de 2024.

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Aumento nas Vendas para Pequim

No caso da carne bovina, um dos produtos mais afetados pelo tarifaço, as vendas a Pequim quase dobraram, passando de US$ 1,06 bilhão em 2024 para US$ 1,94 bilhão em 2025 nesse período. A venda de café não torrado para a China – embora ainda pouco expressiva – teve um salto de 163%, chegando a US$ 45 milhões no período. As vendas de carne bovina também aumentaram significativamente para o México, com um aumento de 250% nas vendas nos dois meses.

Diversificação de Mercados

Após a imposição das tarifas de Donald Trump, o discurso sobre a necessidade de diversificar os destinos das exportações ganhou força. Empresários e autoridades argumentaram que a diversificação já era um movimento planejado, mas que as tarifas aceleraram esse processo. O Brasil não pretende substituir totalmente o mercado americano, devido à complexidade das cadeias produtivas e ao tamanho do mercado consumidor dos EUA, mas busca diversificar para minimizar os impactos.

O Ministério da Agricultura e Pecuária prioriza a diversificação desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde 2023, mais de 400 novos mercados foram abertos.

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.