Trump e Von der Leyen concordam com tarifas de 15% para produtos europeus e compras de energia em grande escala

O acordo, com seus detalhes completos ainda desconhecidos, ainda precisará ser validado pelos Estados-membros da UE.

27/07/2025 16:52

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(Imagem de reprodução da internet).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, concordaram com um acordo comercial neste domingo, 27, em Turnberry, na Escócia, após uma reunião rápida.

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Trump detalhou: impostos sobre produtos europeus de 15%, juntamente com o compromisso da União Europeia em realizar gastos de 750 bilhões de dólares (41,8 trilhões de reais) em compras de energia e 600 bilhões de dólares (55,4 trilhões de reais) em investimentos adicionais nos Estados Unidos.

A também, Von der Leyen afirmou que o setor aeronáutico e outras áreas estratégicas estarão isentas de tarifas. Além disso, declarou que as significativas compras de energia que a Europa fará nos Estados Unidos servirão para substituir os fornecimentos da Rússia.

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Após uma hora de reunião, os jornalistas, que haviam sido previamente informados por dois líderes sobre uma “probabilidade de 50%” de um acordo, foram novamente reunidos no luxuoso salão de baile do complexo de golfe Trump Turnberry, na costa oeste da Escócia.

Alcançamos um acordo, declarou o presidente republicano, descrevendo-o como o mais significativo já obtido em matéria comercial e uma garantia de “união e amizade”.

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A chefe da Comissão Europeia, por sua vez, elogiou o acordo como um “bom acordo” que proporcionará “estabilidade”.

Trump, em uma extensa campanha protecionista, havia determinado que, até o dia 1º de agosto, seriam aplicadas tarifas alfandegárias de 30% a produtos europeus que ingressassem nos Estados Unidos.

Antes das discussões, Von der Leyen destacou o notável desempenho do magnata de Nova York como negociador e ressaltou a importância de ajustar o relacionamento comercial entre os dois países.

O acordo, com seus detalhes completos ainda desconhecidos, ainda deverá ser validado pelos Estados-membros da UE.

Seus embaixadores, que viajaram à Groenlândia na manhã de domingo, foram informados sobre as últimas negociações e se reuniram novamente para essa validação.

O Acordo de Turnberry assegura que o comércio transatlântico ingressou em uma nova fase de protecionismo dos Estados Unidos.

Mesmo com o retorno de Trump ao poder, os Estados Unidos aplicavam à Europa uma tarifa média de 4,8%. Com os 10% adicionais, as tarifas para as exportações da União Europeia atingiram quase os 15% atualmente acordados.

Bazuca

Em caso de não acordo, Bruxelas considerava a possibilidade de aplicar tarifas a bens e serviços provenientes dos Estados Unidos.

A Comissão Europeia, por meio de alguns países como a França, também havia ameaçado revogar o acesso dos mercados europeus a licitações públicas ou impedir certos investimentos.

O emprego desse termo “bazuca” como instrumento de “interferência” no vocabulário de Bruxelas geraria uma escalada diplomática e econômica sem precedentes entre a UE e os EUA.

Trump declara-se em posição de força. Contudo, alguns levantamentos indicam que os norte-americanos apresentam ceticismo em relação à sua política comercial e seu desempenho como um todo.

Uma pesquisa recente da Gallup indicou que a confiança no chefe do executivo diminuiu para 37%, representando uma redução de 10 pontos percentuais em relação a janeiro.

Nesse cenário, Trump obteria vantagens com o anúncio de um acordo com a UE, após ter formalizado cinco tratados comerciais com Japão, Indonésia, Vietnã, Filipinas e Reino Unido, em consonância com sua política protecionista, que previa a celebração de “90 acordos em 90 dias”.

Fonte por: Carta Capital

Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.