Trump e Tylenol são alvo de processo no Texas
Johnson & Johnson e Kenvue são acusadas de não alertar sobre riscos do paracetamol na gestação.
Procurador Geral do Texas Ajuí Contra Empresas por Alegados Riscos do Tylenol
Ken Paxton, procurador geral do Texas (Partido Republicano), entrou com uma ação judicial na terça-feira, 28 de outubro de 2025, contra a Johnson & Johnson e a Kenvue. A ação alega que as empresas ocultaram possíveis conexões entre o uso de Tylenol durante a gravidez e o desenvolvimento de autismo e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em crianças.
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A ação judicial afirma que as empresas violaram a legislação texana contra práticas comerciais enganosas ao não divulgarem adequadamente os supostos riscos do paracetamol, o princípio ativo do Tylenol. O processo foi apresentado no tribunal do Condado de Panola, Texas, após declarações do ex-presidente Donald Trump (Partido Republicano) sobre a relação entre o medicamento e o autismo, recomendando que gestantes evitassem o uso do Tylenol, a menos que fosse “absolutamente necessário”.
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Trump não apresentou evidências científicas para suas afirmações.
O procurador geral republicano sustenta que, apesar do que ele denomina “evidências esmagadoras”, as empresas não alertaram suficientemente as mulheres grávidas sobre esses potenciais riscos. A ação tem como alvo a Johnson & Johnson, que vendeu o Tylenol por mais de 6 décadas, e a Kenvue, que comercializa o produto desde 2023, após a separação da J&J.
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Paxton também acusa a Johnson & Johnson de violar a lei texana contra transferências fraudulentas ao criar a Kenvue, supostamente para se proteger de responsabilidades legais.
A Kenvue defendeu a segurança do medicamento e informou que contestará o processo. “O paracetamol é a opção mais segura de analgésico para gestantes, conforme necessário, durante toda a gestação”, declarou a empresa em comunicado. “Estamos profundamente preocupados com a disseminação de desinformação sobre a segurança do paracetamol.”
O tema já causou centenas de ações judiciais privadas movidas por famílias que alegam que seus filhos desenvolveram autismo ou TDAH após suas mães utilizarem Tylenol durante a gravidez, segundo informações divulgadas por uma agência de notícias.
Um juiz rejeitou muitos desses casos em dezembro passado, e o tribunal federal de apelações em Manhattan ouvirá os argumentos da apelação das famílias em 17 de novembro.
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.












