Trump deseja que seu rosto seja esculpido no Monte Rushmore

Proposta no Congresso dos EUA sugere a inclusão do rosto do republicano em monumento com esculturas de ex-presidentes históricos.

06/07/2025 6:39

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Trump deseja que seu rosto seja esculpido no Monte Rushmore
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), nunca ocultou sua ambição de ser retratado em alguma das esculturas do Monte Rushmore, situado nas Black Hills, em Keystone, no estado da Dakota do Sul.

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Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump afirmou a Kristi Noem, então representante dos EUA pela Dakota do Sul e atualmente Secretária de Segurança Interna, que seu “sonho” era estar no monte. Posteriormente, ela recebeu uma maquete do monumento com seu rosto adicionado.

Já em seu segundo mandato, a proposta voltou a ser discutida quando a congressista Anna Paulina Luna, da Flórida, apresentou em janeiro um projeto de lei para “estabelecer que o Secretário de Interior providencie a escultura da figura do Presidente Donald J. Trump no Memorial Nacional do Monte Rushmore”.

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Em março, Doug Burgum respondeu ao pedido. Declarou em entrevista com Lara Trump, neta do presidente, que “eles certamente têm espaço” para incluir o retrato do republicano no monumento. O projeto foi direcionado à Comissão de Recursos Naturais da Câmara, que ainda não se manifestou.

Contudo, antes de examinar a chance de Trump ser o quinto presidente perpetuado em pedra, é necessário compreender o monumento e sua história.

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<h2 Mencionado: Monte

Iniciado em outubro de 1927 e concluído em outubro de 1941 pelo pintor e escultor Gutzon Borglum, a montanha exibe os rostos de quatro ex-presidentes dos EUA notáveis. Da esquerda para a direita: o primeiro presidente, George Washington (1789-1797); o terceiro, Thomas Jefferson (1801-1809); o vigésimo sexto, Theodore Roosevelt (1901 a 1909); e o dezessésimo sexto, Abraham Lincoln (1861-1865).

Borglum trabalhou no projeto por 14 anos, cuja ideia inicial surgiu do historiador Doane Robinson, que visava incluir esculturas nas Black Hills para atrair visitantes. O escultor selecionou o Monte Rushmore em homenagem a Charles Rushmore, advogado de Nova York que atuava em minas de estanho na região em 1885.

Desde outubro de 1966, a montanha é reconhecida como distrito do Registro Nacional de Lugares Históricos, além de ser um Memorial Nacional.

Segundo o Memorial, ao longo das décadas, transformou-se em um símbolo dos Estados Unidos — um símbolo de liberdade e esperança para pessoas de todas as culturas e origens. Atualmente, recebe pouco mais de 2 milhões de visitantes por ano, provenientes de todo o país e do mundo.

<h2 Mencionado: Trump no Monte Rushmore

De acordo com reportagem do New York Times, o SNP (Serviço Nacional de Parques), vinculado ao Secretário de Interior, se opõe à inclusão de novos indivíduos no Monte Rushmore. A instituição declara que o monumento é uma obra finalizada e que não há espaço viável para esculturas adicionais.

Desde 1989, o SPN colabora com uma empresa de engenharia mecânica de rochas para analisar a estabilidade estrutural e implementar dispositivos de monitoramento que garantam a conservação da escultura a longo prazo.

A empresa concorda com nossa longa crença de que nenhuma outra rocha próxima às faces esculpidas é adequada para entalhes adicionais”, declarou Maureen McGee-Ballinger, chefe de Interpretação e Educação do Memorial Nacional do Monte Rushmore, em entrevista ao jornal Argus Leader em 2020.

Considera-se que a realização de tarefas suplementares pode levar à emergência de instabilidades nos relevos preexistentes.

Adicionalmente, investigações recentes apontaram para aproximadamente 144 fissuras e irregularidades na rocha, o que tornaria a adição de novos elementos tecnicamente complexa. Um bloco cúbico de granito, por exemplo, possui cerca de 77 kg, o que constituiria um obstáculo para qualquer alteração.

Maureen afirmou que o Rushmore foi esculpido por Borglum para simbolizar os primeiros 150 anos da história dos Estados Unidos – o nascimento, o desenvolvimento e a manutenção. “Ele selecionou os 4 presidentes para ilustrar os princípios do nosso sistema de governo atual, não para retratar os indivíduos em si”, declarou.

<h2 Mencionado: Trump no Monte Rushmore

Robin Borglum Kennedy, netas do escultor, também se opõe a alterações. Ex-gestores comparam alterar o monumento a modificar obras-primas como a “Última Ceia”. Como alternativa, Trump propôs um “Jardim Nacional dos Heróis Americanos” com 250 esculturas em tamanho real, possivelmente nas Black Hills.

O projeto apresenta um futuro incerto devido a dúvidas acerca do cronograma, do custo, da localização e da aceitação pela comunidade artística, o que pode comprometer a qualidade e a entrega, com o objetivo de ser apresentado na grande celebração do 250º aniversário do país, em julho de 2026.

“Ninguém quer um museu Madame Tussauds ao ar livre e parece que a administração está tomando as medidas certas para assegurar que tenhamos obras de arte lindas e inspiradoras”, declarou Justin Shubow, presidente da National Civic Art Society, à CNN.

Uma fonte com conhecimento do projeto informou à CNN que o governo Trump agora reconhece a inviabilidade de concluir todas as 250 estátuas em um ano. A nova meta, não oficial, é tentar finalizar entre 25 e 50 estátuas até julho de 2026, para que o jardim possa ser inaugurado no prazo, com um conjunto menor de estátuas que funcionaria como uma prévia do que o jardim poderá se tornar.

<h2 Mencionado: A construção do Monte Rushmore

A construção do Monte Rushmore (1927–1941) contou com aproximadamente 400 trabalhadores em diferentes funções, sob condições climáticas extremas e em grandes altitudes. Não houve fatalidades durante o processo, mesmo com o uso contínuo de dinamite.

A operação compreendia a perfuração, escavação por explosão e o retoque manual utilizando métodos como o “favo de mel”, que debilitava o granito para simplificar a escultura. A conclusão resultava na rocha com uma textura tão uniforme quanto a de uma rodovia.

Turistas procuravam adquirir fragmentos de granito alveolar como recordação. Os responsáveis os comercializavam por valores baixos e, em seguida, solicitavam mais material no cume da montanha, preservando o “estoque” para os próximos visitantes.

<h2 Mencionado: A seleção dos quatro presidentes

Gutzon Borglum selecionou os 4 presidentes para que representassem, em sua perspectiva, marcos fundamentais da história dos Estados Unidos.

Fonte por: Poder 360

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.