O presidente Donald Trump ordenou na segunda-feira, 25, a demissão de Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed), devido a acusações de fraude imobiliária, o que intensifica a pressão sobre o Banco Central dos Estados Unidos.
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Com base na Lei do Federal Reserve, Trump escreveu em uma carta dirigida a Cook: “Decidi que há motivos suficientes para removê-la de seu cargo”.
Cook negou a alegação de que o presidente possui autoridade para destituí-la, visto que não há fundamentos para tal.
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“Não renunciarei”, declarou em comunicado divulgado por seu advogado, Abbe Lowell. “Vou continuar cumprindo minhas obrigações para ajudar a economia americana.”
Cook afirmou no início do mês, em declaração da AFP, que não pretendia ser “intimidado” para renunciar à posição.
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Nos Estados Unidos, o presidente normalmente possui restrições para demitir membros do Federal Reserve. Uma decisão recente da Suprema Corte indicou que os membros do Fed só podem ser destituídos por “motivo justo”, que poderia ser entendido como má conduta ou descumprimento de suas funções.
O presidente republicano apresentou ao procurador-geral dos Estados Unidos uma denúncia criminal datada de 15 de agosto, apresentada pelo diretor da Agência Federal de Financiamento Habitacional (FHFA), um aliado de Trump, para anunciar a demissão de Cook.
A denúncia, na visão de Trump, apresentou “razões suficientes” para suspeitar que Cook poderia ter feito “declarações falsas” acerca de um ou mais contratos de hipoteca.
O Fundo Monetário não respondeu às solicitações de comentários sobre o anúncio de Trump.
A decisão de Trump de demitir Cook, a primeira mulher afro-americana a integrar o conselho diretor do banco central americano, provavelmente provocará uma disputa judicial.
É possível que ela seja autorizada a permanecer no cargo durante este período.
A senadora Elizabeth Warren considerou a ação de Trump como “um exercício autoritário de poder que infringe gravemente a Lei do Federal Reserve”.
Ela declarou que deveria ser revogada no âmbito judicial.
O presidente Trump intensificou a pressão sobre o Federal Reserve e tem criticado consistentemente o presidente da instituição, Jerome Powell, por não diminuir as taxas de juros, mesmo com os indicadores positivos de inflação.
Fonte por: Carta Capital