Trump confirma acordo entre EUA e China sobre o TikTok

O Congresso dos Estados Unidos aprovou em 2024 uma legislação que exige a transferência do controle da ByteDance, sob risco de proibição no país.

16/09/2025 14:38

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(Imagem de reprodução da internet).

Os Estados Unidos e a China concordaram que a rede social TikTok será de propriedade americana, o que impede proibições no país, informou o presidente Donald Trump na terça-feira, 16.

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Com cerca de 2 bilhões de usuários em todo o mundo, o TikTok é de propriedade da empresa ByteDance, com sede na China. Contudo, uma lei americana impede que a plataforma opere nos Estados Unidos, a menos que a empresa controladora seja transferida para cidadãos americanos.

Declarou que alcançou um acordo com a China, que conversará com o presidente Xi (Jinping) na sexta-feira para ratificar o acordo.

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O acordo foi anunciado na segunda-feira após dois dias de negociações em Madri entre o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.

De acordo com Bessent, o protocolo estabelece que a plataforma de vídeos curtos estará sob o domínio americano com a participação ou incremento de capital de um ou mais investidores com sede nos Estados Unidos.

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Wang Jingtao, adjunto do responsável pela Administração Chinesa do Ciberespaço (CAC), afirmou que as partes concordaram sobre o uso autorizado do algoritmo e outras funcionalidades protegidas por direitos de propriedade intelectual.

A concordância também estabelece que a ByteDance entregará a administração dos dados e a proteção dos conteúdos dos usuários norte-americanos a uma entidade terceira, afirmou o executivo chinês.

Essa questão, que trata da propriedade do algoritmo e do controle dos dados dos usuários, é central nas preocupações dos legisladores americanos.

A Câmara dos Deputados aprovou em 2024 uma legislação que exige a transferência do controle do TikTok pela ByteDance, sob risco de proibição nos Estados Unidos.

O objetivo daquele texto era impedir que as autoridades chinesas obtivessem informações pessoais de usuários do TikTok nos Estados Unidos ou exercessem influência sobre a opinião pública americana, utilizando o algoritmo da rede social.

A TikTok reconheceu que funcionários sediados na China acessaram dados de usuários dos Estados Unidos, assegurando que nenhuma informação foi transmitida ao governo chinês.

A hipótese de que o TikTok nos Estados Unidos empregue o algoritmo, que continuaria sob a propriedade da ByteDance, e não uma divisão independente, não solucionaria plenamente as questões apresentadas pelo Congresso.

A legislação dos Estados Unidos que determina a venda ou a proibição do TikTok, sob alegação de riscos à segurança nacional, deve ser implementada no dia 20 de janeiro, antes da posse de Donald Trump.

O presidente republicano, que fortaleceu sua campanha eleitoral de 2024 utilizando significativamente as redes sociais e se identifica como usuário do TikTok, revogou a restrição.

No início de julho, ele prorrogou em 90 dias o período para que o aplicativo encontrasse um comprador que não fosse de origem chinesa, sob a condição de evitar sua proibição nos Estados Unidos.

Este novo prazo vence na quarta-feira.

“Temos um grupo de empresas muito grandes interessadas em comprá-lo”, declarou Trump a jornalistas.

O chefe do executivo não detalhou se prorrogaria o período para concluir o acordo com a República Popular da China.

Diversos veículos de imprensa norte-americanos identificaram um protocolo, descoberto em abril, antecedendo a deterioração das relações comerciais e diplomáticas entre China e Estados Unidos, no contexto de novas tarifas.

O protocolo contemplava a participação do grupo de tecnologia Oracle, que já disponibiliza os dados do TikTok em seus servidores nos Estados Unidos, juntamente com o gestor de ativos Blackstone e do empresário Michael Dell.

Outros candidatos à aquisição da plataforma também se manifestaram, notadamente o “Project Liberty” do empresário Frank McCourt e a startup de inteligência artificial (IA) generativa Perplexity AI, cada um buscando integrar o aplicativo em um modelo mais abrangente.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.