Trump aumenta tarifa para 30% em produtos da União Europeia e México

O presidente dos EUA justifica a ação por narcotráfico na fronteira e desequilíbrio comercial; medida entrará em vigor em 1º de agosto.

12/07/2025 11:35

3 min de leitura

Trump aumenta tarifa para 30% em produtos da União Europeia e México
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano) decidiu aplicar tarifas de 30% sobre produtos da União Europeia e do México. A decisão foi comunicada neste sábado (12.jul.2025) através do perfil oficial de Trump na plataforma Truth Social. As novas taxas começarão a vigorar a partir de 1º de agosto de 2025.

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O presidente americano divulgou as cartas formais comunicando a decisão aos governos mexicano e europeu. A justificativa para taxar produtos mexicanos, segundo Trump, é o combate considerado insuficiente ao narcotráfico na fronteira entre os dois países. Já para a UE, a explicação baseia-se no que ele considera um desequilíbrio persistente na balança comercial entre os Estados Unidos e o bloco europeu.

As cartas reproduzem trechos dos demais 23 textos, informando sobre tarifas a diversos países, sendo a carta destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a que mais se distingue, pois menciona o processo judicial envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) perante o STF (Supremo Tribunal Federal).

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Trump afirmou que, em caso de contrapartida por parte desses parceiros comerciais, os Estados Unidos elevarão ainda mais as tarifas.

Em relação ao México, Trump declarou: “O México ainda não deteve os cartões que estão tentando transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico. Obviamente, não posso deixar isso acontecer! A partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do México uma tarifa de 30% sobre produtos mexicanos enviados para os Estados Unidos, separadamente de todas as tarifas setoriais.”

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Sobre a UE, Trump declarou: “Tivemos anos para discutir a nossa relação comercial com a UE e concluímos que devemos nos afastar destes déficits comerciais de longo prazo, grandes e persistentes, gerados pelas suas políticas tarifárias e não tarifárias e barreiras comerciais. Infelizmente, a nossa relação tem estado longe de ser recíproca”.

O presidente dos Estados Unidos ainda propôs que as empresas europeias pudessem evitar as novas tarifas se optassem por produzir seus produtos em território norte-americano. Ele declarou que, nessa situação, o governo se comprometeria a acelerar as aprovações de maneira rápida, profissional e rotineira, em questão de semanas.

Analise as cartas enviadas aos países e suas tarifas de Trump.

A tarifa de Trump ao Brasil

As novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surgem durante o conflito comercial entre os EUA e o Brasil, no qual Trump aplicou, na quarta-feira (9.jul), uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros.

O argumento central do presidente norte-americano para a aplicação da tarifa comercial é que as autoridades governamentais brasileiras estariam “perseguindo” Bolsonaro.

O ex-chefe do Executivo federal é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições presidenciais de 2022, em que foi derrotado.

Em resposta à medida de Trump, o presidente Lula declarou que o Brasil não aceitará ser tutelado por ninguém e que o Brasil adotará a Lei da Reciprocidade Econômica (15.122 de 2025) para responder à imposição.

O processo judicial contra os responsáveis pelo planejamento do golpe de Estado não está sujeito a qualquer tipo de interferência ou ameaça que viole a independência das instituições nacionais, conforme declarado por Lula em nota divulgada na última quarta-feira (9.jul).

Em sua carta a Lula, Trump classificou como “vergonha internacional” o modo como Bolsonaro é julgado, afirmando que há uma “caça às bruxas” que deve terminar “imediatamente”.

A China também respondeu ao anúncio do presidente norte-americano e criticou os EUA por tentar influenciar o julgamento do ex-presidente brasileiro pelo Supremo. Na sexta-feira (11.jul), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, declarou que o governo norte-americano viola regras da ONU.

Ning declarou que a igualdade soberana e a não interferência em assuntos internos são princípios importantes da Carta da ONU.

Compreenda a controvérsia tarifária entre Estados Unidos e Brasil. Assista (1min47s):

Fonte por: Poder 360

Autor(a):

Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.