Nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA sob Donald Trump
No início de seu segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou a primeira Estratégia de Segurança Nacional, que propõe uma “restauração” da Doutrina Monroe como guia para as ações do país nas Américas, especialmente na América Latina e no Caribe.
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Para Trump, os EUA devem formar alianças na região para conter o tráfico de drogas e a imigração indocumentada, além de minimizar a influência econômica externa, referindo-se principalmente à China.
A Doutrina Monroe, estabelecida em 1823 durante o governo de James Monroe, surgiu em um contexto em que a América Latina buscava sua independência. Essa diretriz ajudou a consolidar a posição dos EUA no continente, defendendo que os americanos deveriam proteger as Américas de novas colonizações europeias.
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Corolário Trump para as Américas
A Nova Estratégia de Segurança Nacional destaca três pontos principais. O primeiro é o cultivo de aliados. Trump menciona a necessidade de “recompensar” e “incentivar” governos e movimentos que estejam alinhados com os princípios dos Estados Unidos.
No entanto, o documento também ressalta a importância de não ignorar governos com visões diferentes, mas que compartilham interesses comuns.
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Recentemente, o governo Trump tem buscado parcerias no Caribe, em resposta a uma ofensiva militar contra o tráfico de drogas na região. Os EUA têm firmado acordos e manifestado apoio a candidatos em eleições presidenciais, mesmo que esses estejam em campos políticos opostos, visando a cooperação internacional para combater grupos criminosos.
Expansão econômica e presença militar
O segundo ponto da estratégia envolve a expansão econômica, onde as “recompensas” a aliados se darão por meio de relações comerciais e investimentos. Trump acredita que as Américas possuem recursos estratégicos que podem beneficiar tanto os EUA quanto seus aliados.
Ele enfatiza que a ajuda deve estar condicionada à diminuição da influência externa adversária, mencionando questões portuárias como exemplo.
Embora não mencione a China diretamente, o governo americano alerta sobre armadilhas que podem ser impostas a países da região, como segurança cibernética e créditos com condições que escondem interesses geopolíticos. Além disso, Trump defende que a rede de embaixadas dos EUA colabore com o setor privado para facilitar o acesso a contratos governamentais na região, visando expulsar empresas estrangeiras que atuam na infraestrutura local.
A estratégia também sugere um “reajuste” na presença militar dos EUA, com foco nas Américas. Trump propõe o uso letal da força em vez de uma abordagem de policiamento nas rotas marítimas para combater o narcotráfico. O governo já tem realizado ações nesse sentido, atacando embarcações no Caribe e no Pacífico, alegando que estão ligadas ao tráfico de drogas.
Esses ataques, que resultaram em 87 mortes, geram controvérsias tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos.
