Trump anuncia tarifas de até 40% sobre nações da África e da Ásia

A Casa Branca indica que os Estados Unidos devem postergar a discussão sobre tarifas mais elevadas que 10%.

07/07/2025 16:37

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Trump anuncia tarifas de até 40% sobre nações da África e da Ásia
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou a pressão sobre os parceiros comerciais do país nesta segunda-feira (7), enviando cartas a líderes de diversos países, comunicando a aplicação de novas tarifas.

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A Casa Branca declarou que Trump reduziria a tensão, com intenções de assinar uma ordem executiva ainda nesta segunda-feira para prorrogar o adiamento de tarifas “recíprocas” de 20% até 1º de agosto.

A implementação das alíquotas elevadas estava prevista para quarta-feira (9). Algumas cartas enviadas hoje por Trump mencionam novas tarifas “recíprocas”, com valores maiores ou menores em relação aos divulgados em abril.

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O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e o presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, receberam as primeiras cartas de Trump.

Os dois países enfrentarão uma taxa de 25% a partir de 1º de agosto, declarou Trump em publicações no Truth Social exibindo as cartas, o que pode proporcionar aos países mais tempo para negociar acordos.

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Após aproximadamente duas horas, ele comunicou que correspondências análogas foram encaminhadas à Malásia, Cazaquistão, África do Sul, Myanmar e Laos, informando seus respectivos chefes sobre taxas elevadas de até 40%.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que o ex-presidente Trump deve anunciar “aproximadamente 12 dessas cartas” na segunda-feira.

A nomeação seria divulgada através de publicações do presidente nas redes sociais, embora ela não tenha especificado quais países seriam escolhidos.

Em ambas as cartas quase idênticas enviadas ao Japão e à Coreia do Sul, Trump declarou que se opõe, em especial, aos déficits comerciais que os Estados Unidos apresentam com esses países, ou seja, que os EUA importam mais bens deles do que exportam para esses países.

Trump afirmou que as tarifas seriam implementadas em reação a outras políticas que, em sua visão, dificultam a comercialização de produtos americanos no exterior. Trump proferiu declarações semelhantes nas demais cinco cartas enviadas na segunda-feira.

“Por favor, compreendam que a porcentagem de 25% é significativamente inferior ao necessário para eliminar a desigualdade do déficit comercial que temos com o seu país”, afirma Trump em ambas as cartas.

Incentivou os países a produzirem bens nos Estados Unidos a fim de evitar tarifas.

A data estabelece o encerramento do período de suspensão de tarifas recíprocas, que teve início em abril. Os países devem concluir acordos ou enfrentar a possibilidade de tarifas elevadas.

Contudo, Leavitt afirmou que Trump assinará um decreto na segunda-feira, prorrogando o prazo até agosto, o que é “no melhor interesse do povo americano”. Ela também declarou que o telefone de Trump “toca incessantemente com líderes mundiais solicitando que ele alcance um acordo”.

Contudo, apenas três acordos foram anunciados nos últimos três meses.

Parceiros em estado de atenção.

Não haverá tarifa se a Coreia do Sul ou o Japão ou empresas em seu país decidirem construir ou fabricar produtos nos Estados Unidos e, de fato, faremos todo o possível para obter aprovações de forma rápida, profissional e rotineira – em outras palavras, em questão de semanas –, disse Trump em suas cartas.

Ele também ameaçou elevar as tarifas em mais de 25% caso a Coreia do Sul ou o Japão retirassem contra os Estados Unidos com suas próprias tarifas.

Os Estados Unidos têm como sexto e sétimo maiores parceiros comerciais, Japão e Coreia do Sul, respectivamente. Em 2023, os dois países totalizaram US$ 280 bilhões em exportações para os norte-americanos, conforme informações do Departamento de Comércio dos EUA. Em contrapartida, as importações americanas representaram um valor de US$ 145 bilhões.

Aumento nas tarifas sobre os produtos de ambos os países pode resultar em preços mais elevados para os consumidores americanos.

Os principais produtos importados para os Estados Unidos, desses países, incluem automóveis, autopeças, semicondutores, produtos farmacêuticos e máquinas. Trump impôs ou ameaçou impor tarifas específicas sobre diversos desses produtos.

“Se, por qualquer motivo, vocês decidirem aumentar suas tarifas, independentemente do valor que escolherem, isso será adicionado aos 25% que cobramos”, declarou Trump.

O Japão enfrentaria uma taxa de 24%, e a Coreia do Sul, uma taxa de 25%.

O governo Trump afirmou que essas tarifas seriam distintas de todas as Tarifas Setoriais, o que implica que, por exemplo, a nova tarifa não será somada à tarifa atual de 25% para automóveis, confirmou a Casa Branca. Isso também se aplicaria a quaisquer tarifas setoriais futuras, disse um funcionário da Casa Branca.

Ações afundam

Apesar disso, as ações de empresas com notável presença industrial no Japão e na Coreia do Sul apresentaram forte declínio. Por exemplo, as ações da Nissan Motors, listadas nos EUA, despencaram mais de 7%, enquanto as ações da Toyota e da Honda reduziram-se em 4%.

Essas quedas, contudo, podem indicar a maior chance de Trump elevar tarifas sobre automóveis dos dois países, caso estes retaliassem com tarifas de 25%, incidindo em produtos americanos com taxas mais elevadas.

As tarifas poderão ser alteradas, em direção para cima ou para baixo, conforme nossa relação com o seu país. Você nunca se decepcionará com os Estados Unidos da América, concluiu Trump, antes de assinar as cartas.

As ações americanas, que já estavam em declínio, sofreram novas quedas após o anúncio de novas tarifas. O Dow Jones desvalorizou-se em 667 pontos, ou 1,48%, o S&P 500 caiu 1,19% e o Nasdaq recuou 1,27%.

Traduzido por João Nakamura, da CNN, em São Paulo

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Fonte por: CNN Brasil

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.