Trump anuncia plano para acelerar a IA, alegando ausência de “viés ideológico”

O empresário procura ultrapassar a trajetória do seu predecessor, Joe Biden, que propunha um amadurecimento gradual.

23/07/2025 21:31

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Trump anuncia plano para acelerar a IA, alegando ausência de “viés ideológico”
(Imagem de reprodução da internet).

A Casa Branca anunciou na quarta-feira 23 um plano de ação para impulsionar o desenvolvimento da inteligência artificial nos Estados Unidos, sua exportação e a remoção do “viés ideológico” dos chatbots.

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O presidente Donald Trump anunciou este mês investimentos milionários em infraestrutura e produção de energia, essenciais para o desenvolvimento dessa tecnologia.

O presidente enfatizou que o progresso e a superioridade dos Estados Unidos no campo da inteligência é uma prioridade nacional, ressaltou David Sacks, principal assessor da Casa Branca para a IA. “Estamos inseridos em uma disputa em escala global para assegurar a liderança em IA e desejamos que os Estados Unidos saiam vitoriosos dessa competição.”

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O plano de ação é resultado de uma extensa consulta com especialistas, pesquisadores e usuários iniciados, iniciada em fevereiro. Trump busca romper com a linha de seu antecessor Joe Biden, que defendia um desenvolvimento controlado, com ênfase na segurança e na compreensão dos riscos.

A Casa Branca detalhou aproximadamente 90 ações que serão implementadas nos próximos meses, conforme divulgado no comunicado. O presidente assinará nesta quarta-feira três decretos, durante um evento sobre IA em Washington.

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A estratégia do governo se baseia em três pilares. O primeiro deles busca facilitar a construção de novos centros de dados (essenciais para o funcionamento da inteligência artificial) e a execução de grandes projetos energéticos para suprir suas demandas.

O governo Trump pretende, sobretudo, facilitar a concessão de licenças e autorizações para novos empreendimentos.

Segunda parte

A segunda etapa do plano se refere à “diplomacia da IA”, nas palavras de Sacks, e consiste na mobilização de dois instrumentos financeiros do país para o comércio internacional – a Agência de Desenvolvimento e Financiamento dos Estados Unidos e o Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos –, com o objetivo de que apoiem as exportações de IA americana.

Para alcançar a vitória nessa corrida, é preciso que os modelos de IA americanos sejam empregados globalmente, afirmou Michael Kratsios, diretor de Assuntos Científicos e Tecnológicos da Casa Branca.

Trump priorizou a promoção no exterior das tecnologias americanas, e da IA em especial. “Quanto à tecnologia de IA, é fundamental que as empresas americanas possam ser competitivas”, afirmou um representante do lobby tecnológico CCIA, que elogiou a capacidade do plano de ação de “eliminar barreiras”.

Viés ideológico

A terceira diretriz relevante do programa visa abordar o que o presidente denomina de “viés ideológico” da IA generativa. Além disso, busca-se impedir que serviços, ministérios e agências do seu governo adquiram softwares de IA generativa que adotem essa orientação.

Kratsios afirmou que se trata de “assegurar que esses sistemas permitam a liberdade de expressão”. Segundo um funcionário americano, “o principal” viés ideológico está relacionado, de acordo com a Casa Branca, às iniciativas que promovem a diversidade e inclusão de minorias.

O Centro para a Democracia e Tecnologia indicou que o governo Trump age “como um ministério da verdade da IA” e tenta obrigar os grandes agentes a desenvolverem modelos “que se adequem à sua interpretação da realidade”.

O governo dos Estados Unidos também designará a Comissão Federal de Comunicações (FCC) para identificar possíveis contradições entre as leis regulatórias adotadas pelos estados e as leis federais em vigor, uma iniciativa que poderia enfraquecer as proteções criadas por vários estados contra os excessos da IA, alertou a associação União Americana pelas Liberdades Civis.

Fonte por: Carta Capital

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.